Razões
invocadas para autorizar o irmão Vasseur a vir descansar na Casa-Mãe.
Esforçar-se por não se ausentar das festas de comunidade. Desejo de formar
aprendizes jardineiros em Vaugirard. Construções para o orfanato: condições
ordinariamente dispendiosas de tais fundações.
Vaugirard,
17 de março de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Nosso
retiro realizar-se-á definitivamente a partir do domingo à noite, 3 de abril,
até à sexta-feira de manhã, dia 8 do mesmo mês. Essas disposições foram
resolvidas por nosso pequeno Conselho ontem. Será dado pelo R. P. Renaud, homem
igualmente piedoso e experimentado. Veremos com prazer o irmão Thuillier, que
você se propõe a nos enviar. Quanto ao irmão Vasseur, você julgará se é bom que
venha, seja antes, seja depois, tomar dois ou três dias de repouso e
recolher-se um pouco. Não há, certamente, necessidade positiva para essa
viagem, mas pode ser considerada como uma dessas condescendências paternas que
a caridade pode aconselhar, em comunidade como em toda a parte. Deixo o assunto
totalmente à sua decisão, caro Senhor padre, e acharei muito bom o que achar
dever resolver. Não acharia cômodo para você mandar ambos juntos para o retiro,
pois seria desguarnecer-se muito e obrigar-se, talvez, a fazer vir alguém de
fora para ajudá-lo, o que sempre tem algum inconveniente. Se você tivesse
definitivamente o parecer de mandar o irmão Vasseur, ele poderia talvez vir no
sábado próximo, uma parte de nossos irmãos deve reunir-se para a festa de São
José. Se, de resto, essa festa se faz também em Arras e você prefira mandá-lo
na semana seguinte, tudo seria igualmente bem. Não tenho, a esse respeito,
nenhuma razão precisa, para nada determinar. Mais uma vez, caro Senhor
padre, deixo-o juiz do que for o melhor.
O
irmão Joseph [Loquet] deseja que o irmão Thuillier lhe traga 6 pequenas
sacholas, com 4 enxadas para fazer trabalhar nossas crianças. Muitas entre elas
começam a funcionar bastante bem na cultura; acho que, empenhando-se nisso
seriamente, seria possível desse lado, mais seguramente ainda do que dos
outros, tirar alguma vantagem do trabalho. Penso que vocês fizeram bem, de seu
lado, escolhendo um jardineiro que conhece sua profissão e pode conduzir bem
suas crianças. Nossos irmãos, aqui, são pouco capazes a esse respeito. O irmão
Joseph teria bastante inclinação, mas não está bastante forte e não pode levar
às coisas que faz a continuidade e a atividade que todo empreendimento exige.
Vamos
ser obrigados a construir na primavera. É uma triste necessidade, pois, neste
momento, as construções são ruinosas em Paris; mas aí está a sorte das
fundações: elas se fazem quase sempre em condições dispendiosas; não estamos
vendo meio, para nós, de escapar disso. De seu lado, vocês tiveram que fazer e
refazer muito, sem conseguir plenamente os resultados satisfatórios que
tencionavam. Acho que o bom Deus nos conduz assim para nos manter na pobreza e
nos impedir de viver demais na abastança; Ele quer também treinar nossas forças
no trabalho, que entra essencialmente nos seus desígnios sobre nós.
Consolemo-nos, portanto, caro Senhor padre, de nossas penas, de nossos cuidados,
de nossas dificuldades; é no meio de tudo isso que se consuma a obra interior
de nossa santificação, e é mediante isso igualmente que se compram os frutos de
salvação que produzem nossas obras.
Todos
os nossos irmãos lhe são ternamente unidos em N.S. Junto-me a eles
para assegurar-lhe de nossa respeitosa e cordial afeição.
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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