Contar com Deus e não consigo mesmo. Abrir sua
alma à confiança em Deus.
Vaugirard,
28 de março de 1859
Caríssimo
filho em N.S.,
Recebi
com satisfação sua carta e suas informações sobre a situação de nossa querida
obra de Amiens. Essas observações são, no conjunto, bem consoladoras, pois, no
meio de algumas dificuldades inevitáveis, e que são, talvez, encaradas como
cruzes, a bênção mesma de nossos trabalhos, seus esforços não são estéreis:
suas crianças atravessam os tempos mais difíceis para elas, seus aprendizes,
amparados por seus cuidados atentos, escapam a muitos perigos, senão a todos, e
guardam o precioso tesouro de sua fé. Contentemo-nos com os resultados que o
Senhor está dando aos nossos trabalhos e, reconhecendo nossa indignidade, descansemos
nas suas misericórdias, para suprir nossas imperfeições e nossas limitações. A
confiança, a imensa esperança nas suas infinitas condescendências, é o que nos
falta demasiadas vezes; daí a fonte de nossas fraquezas, de nossas perturbações
e de nossos desalentos. Porque estamos pouco fortes, acreditamos que tudo está
perdido, mas, atrás de nós está o Deus de toda força e de todo poder, que nos
ampara e que reparará, se precisar, tudo o que nossa enfermidade tiver feito de
errado. Exorto-o muito, caro filho, e nosso irmão Jules [Marcaire] igualmente,
a abrirem cada vez mais sua alma a essa generosa confiança que lhes será, a
ambos, uma grande e soberana consolação.
Avisei
nosso irmão Caille de que eu achava útil você mudar de ar por um tempo e voltar
para perto de mim, para restabelecer sua saúde; espero que nossos cuidados, e a
graça do Senhor sobretudo, tragam essa cura a bom termo. Durante o retiro,
nosso irmão Caille verá como lhe proporcionar ajuda nos cuidados de suas
obras e, poucos dias após o retiro, você chegará aqui, onde todo o mundo, seu
Pai sobretudo, o acolherá com muita ternura. Até lá, adeus, meu caro filho,
digne-se o Senhor abençoá-lo, assim como o nosso irmão Jules, e cumulá-lo com
suas graças.
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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