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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 601 - 700 (1859 - 1860)
    • 616 - ao Sr. Halluin
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616 - ao Sr. Halluin

Impressões do P. Hello sobre a Obra de Arras. Que o Sr. Halluin saiba delegar sua autoridade. Um irmão consegue dificilmente controlar seus alunos. As confissões dos irmãos. Saída do padre Leleu. Favorecer a vocação sacerdotal do irmão Cousin.

 

Vaugirard, 13 de maio de 1859

 

Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

Nosso bom padre Hello nos apresentou um relatório totalmente consolador sobre a primeira comunhão de nossas queridas crianças de Arras. Tudo nos deve dar a confiança de que cumpriram esse ato tão decisivo para seu futuro em felizes condições. É uma grande alegria para você e para nós mesmos que nos associamos às suas alegrias como às suas tristezas. O Sr. Hello voltou com excelentes impressões e convicto de que se pode fazer, na obra de Arras, muito bem às pobres crianças. Ele não as acredita sem defeitos, foi muito franco sobre isso, mas  pensa que sua ação sobre elas é bem preciosa para sua emenda. Acho somente, caro Senhor padre, que você deve tender, tanto quanto o vir possível, a fazer partilhar pelos que o cercam a autoridade e a influência sobre as crianças; de outra forma, a carga continuará a pesar quase exclusivamente sobre você e, com o tempo, tornar-se-á insuportável.

 

Vejo com tristeza que o irmão Jean-Baptiste [Hamon] tem fraco êxito, para não dizer mais, na sua classe. Ele, contudo, tem o costume do ensino; conduzia sozinho uma classe de cinqüenta crianças e sabia instruí-las e se fazer respeitar por elas. Vários dos que estão aqui não me dissimularam que as crianças de Arras estão, em geral, prevenidas contra os professores que vêm de fora e pouco dispostas a dar-lhes submissão. Mas, o que fazer diante disso? Com certeza, ajudar esses professores a conquistar autoridade suficiente. De outra forma, as crianças, uma vez seguras de que podem, à vontade, livrar-se dos que as conduzem, não deixarão de tudo fazer para conseguir isso. Não tenho objeção em trazer de volta o irmão Jean-Baptiste, mas acho que, se se chegar a isso, o resultado será o mais deplorável, e tornar-se-á bem difícil controlar o ambiente. Acredito, portanto, que, antes de tomar essa decisão extrema, seria totalmente de se desejar que esse irmão fosse ajudado por conselhos e por um apoio firme, colocando também à sua disposição algumas recompensas atraentes, para encorajar os bons e compensar as severidades indispensáveis. Em uma palavra, tudo utilizar para destacar seu papel e torná-lo menos difícil. Se, uma vez tudo examinado, parecer provado que ele não pode funcionar, tomaremos o partido que o caso pedir; mas, repito, isso só deveria ser feito em última análise, essa medida havendo necessariamente de ter um resultado deplorável.

 

O Sr. Hello me diz que o irmão Jean [Maury] lhe pareceu necessitar de um pouco de encorajamento. Ele tem coração excelente e é muito sensível a algum sinal de afeição. Não sei se é sempre questão da pequena viagem que devia fazer para junto de sua mãe doente.

 

Eu não veria inconveniente em que os irmãos, de vez em quando sobretudo, pudessem se confessar a um outro padre que você, embora, para dizer a verdade, o irmão Vasseur seja o único, sem dúvida, que tenha tido essa idéia. Ele mesmo se cria, acho, uma dificuldade imaginária, pois, em sua cartadiz, a você como a mim, as coisas que podem inquietá-lo. Acho poder responder que ele não tem nada mais a dizer a um confessor. Ele tem razão de desconfiar de si, mas, com a graça de Deus, saberá permanecer dono de si mesmo. Ele não poderia confessar-se alguma vez ao Sr. Lequette? Veja, caro Senhor padre, o que lhe parecer melhor. A direção ficando para você, a confissão de tal ou tal poderia, de vez em quando, se fazer a algum outro, qualquer que seja, designado por você.

 

Estamos tristes: o bom padre Leleu não ficará conosco, acha a vida de comunidade estrita demais, quer ficar mais à vontade. Os votos, sobretudo, são um espantalho para ele. Sua saída prejudicará muitas coisas, mas faremos o melhor que pudermos e Deus nos ajudará. Estamos, de resto, nos melhores termos com ele. Entregarei  ao Sr. Georges  [de Lauriston] os 20f que você me pede para adiantar-lhe.

 

O R. P. Chaignon veio me visitar e me entregou para você 200f para a pensão, acho, de uma de suas crianças. Você terá a bondade, caro Senhor padre, de me dizer como você deseja que os envie para você.

 

Peço-lhe para assegurar, na oportunidade, o Sr. Flour de nossos sentimentos de afeição. Interessamo-nos muito por sua obra e ficaremos felizes colaborando nela mais tarde, se a Providência nos chamar a isso. Agora, tendemos, antes, a fortalecer nossas obras, em vez de espalhá-las.

 

Guardo bem o desejo de lhe fazer uma pequena visita. Espero que possa realizá-lo, sem prever muito ainda o momento. Começamos hoje uma construção bastante importante. Será um excesso de peso, mas vamos como apraz ao Senhor nos conduzir.

 

Adeus, caríssimo Senhor padre. Vamos sempre na confiança e na caridade. Conte muito com nossa cordial vontade de tudo fazer a fim de concorrer para o bem que se faz às nossas crianças de Arras, o qual consideramos como uma causa de bênção para toda a nossa Comunidade. Acredite também na terna afeição de todos, nos meus sentimentos de respeito e de apego em Jesus e Maria.

 

                                   Le Prevost

 

P.S. Eu veria com grande alegria que se pudesse favorecer as aspirações do irmão Cousin ao sacerdócio. Ele será, tenho confiança, um padre muito bom. Acho que sua saúde não é tão atingida que se constitua em obstáculo à sua vocação. Eu poderia dar um testemunho pelo tempo que passou aqui.

 




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