Pequena
crônica das comunidades de Arras e de Vaugirard.
Vaugirard,
31 de maio de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Os
pormenores contidos em sua carta nos interessaram vivamente. Vejo com
satisfação a formação de suas pequenas Congregações ou Conferências. Usar os
melhores para sustentar e edificar os mais fracos é, em toda parte, um meio bem
experimentado e bem eficaz. Acho somente que seria preciso fazer uma
escolha bem séria dos que você faria participar na conduta ou vigilância dos
alunos.
Fico
feliz por nosso irmão Alphonse [Vasseur] encarar seriamente sua função e
ajudá-lo com dedicação; ele pode prestar serviços reais nas obras, mas
precisa desconfiar de si mesmo e procurar constantemente sua força em Deus.
Aprovo
muito sua prudência em relação ao irmão Cousin. Desejo vivamente que seja
considerado capaz de dar passos nos graus de ordenação, porque acho que seu
coração é excelente, mas entendo que sua situação exige circunspeção. Ignorava
que sua fraqueza de saúde fosse comum a vários membros de sua família.
Acho,
como você, que o irmão Jean [Maury] terá necessidade de fazer uma pequena
viagem à sua família, se sua mãe não melhorar, mas determinando, se possível, o
tempo que deverá durar essa viagem. Tenho boa confiança de que o irmão
Thuillier vai se refazer: há um bom fundo nele, necessita somente ser
habitualmente sustentado.
Esperemos
que o irmão Jean-Baptiste [Hamon] se ajustará pouco a pouco à sua posição e
saberá dar conta dela; se, após experimentação paciente e caridosa, como deve
esperar de nós, parecesse evidente que ele não pode convir a essa função,
estarei muito disposto a tirá-lo dela, mas, neste momento, infelizmente, não
vejo possibilidade nenhuma de substitui-lo.
Não
vejo inconveniente real, no presente, em tomar como confessor da casa um padre
da Misericórdia: temos que nos acomodar às circunstâncias. Esses Padres são
aqueles que têm sua Casa-Mãe em Paris, na rua de Varennes? Teria sido desejável
conhecer um pouco esse padre confessor. Espero que o bom Mestre lhe dê a graça
necessária.
Nossas
crianças de Arras: Brice, Duranel e Lamoury vão bem, nos dão satisfação.
Marchal tem excelentes qualidades de coração, mas é uma pequenina criança
para a razão: várias vezes, nós o reanimamos em seus desânimos, mas creio que
não poderemos mantê-lo muito tempo. Ele escreveu a seu irmão, que lhe escreve
sempre cartas muito cristãs e muito sensatas e lhe aconselha, em última análise,
a entender-se com você e com sua parente sobre seu futuro. Parece-me quase
certo que não poderemos retê-lo e que, após a Ascensão, ele chegará em sua
casa. Nós o lamentaremos sob diversos aspectos, pois ele tem verdadeiramente
coração simples e bom.
Nosso
irmão Georges [de Lauriston] teve a tristeza de perder um de seus jovens
sobrinhos, com 7 anos e meio de idade. Os laços de afeição são tão ternos nessa
excelente família, que a dor de cada um atinge todos os membros. Reze muito por
ele, caro Senhor padre, acho que à força de desenvolver os
sentimentos de família, estes aumentam o número, ou ao menos o peso de
suas cruzes; digne-se o Senhor assistir e regrar em sua caridade os movimentos
de seu coração.
Tudo
vai aqui como de costume. Nosso jovem Verdier está atingido pelo serviço
militar, mas resignou-se corajosamente e vai afastar-se em boa e cristã
disposição. Não olhamos esse acontecimento como infeliz para ele, essa provação
podendo, esperamos, fortalecer sua vontade e dar-lhe a energia que lhe falta.
Seu tutor teria podido fazê-lo isentar, mas não achou isso útil para seu bem e
preferiu fazer-lhe suportar essa lição da experiência. Esperemos que o Senhor a
torne toda boa para ele.
Adeus,
caro Senhor padre, todos aqui lhe são cordialmente devotados e acompanham com
interesse tudo o que diz respeito à sua cara casa. Eu mesmo sou, com uma terna
e respeitosa afeição
Seu
devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
|