Votos de festa. Penúria de pessoal. Para ajudar
Arras, o Sr. Le Prevost lhes mandaria o irmão Sadron que, no entanto, lhe é
muito útil em Vaugirard.
Vaugirard,
13 de julho de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
As
três crianças que você mandou para nós desejaram lhe escrever por ocasião de
sua festa. Ficam-lhe muito apegadas, e acredito poder dizer que é do
fundo do coração que lhe dirigem seus votos nesta ocasião. Essa afeição
devotada e agradecida não lhes é própria. De resto, todos aqueles que você
educou mostram, em geral, os mesmos sentimentos; deve ser para você uma viva
consolação, no meio dos cuidados e dificuldades tão numerosos de sua obra, ver
que não deixa de produzir sempre seus frutos. Eu mesmo rezarei com
todos os nossos irmãos, bem sinceramente, para que o Senhor digne-se derramar
sobre você e sobre sua casa graças cada vez mais abundantes. Pedirei-lhe,
sobretudo, que Ele nos dê alguns meios de ajudá-lo mais eficazmente. Não nos é
dado penetrar os desígnios desse bom Mestre. Portanto, devemos, custe o que
custar, suportar a provação que nos impõe a penúria de membros. Desde a volta
do Sr. Myionnet em especial, temos examinado aqui qual recurso poderíamos ter
para ajudá-lo. Procuramos do lado de fora, e não fomos mais felizes. Desse
último lado, continuando nossas buscas, teríamos chance de encontrar, enfim,
alguma pessoa que poderia prestar alguns serviços em sua casa. Mas você está
com tanta pressa de receber ajuda, que a situação não comporta muita demora.
Vamos, no entanto, continuar nossas diligências e, se descobrirmos alguma
coisa, nos apressaremos em avisá-lo, ficando sujeito a não dar prosseguimento à
proposição, se você já tivesse pensado num outro expediente. Em um momento de
penúria igual, em que nós mesmos nos temos encontrado, há alguns anos,
recorremos à Escola Normal mantida em Beauvais pelos irmãos das Escolas. Essa
casa nos deu então uma pessoa de quem tivemos, em todos os aspectos, plena
satisfação. Rezaremos bem, todos juntos, caro Senhor padre, ao divino Senhor, e
faremos rezar nossas crianças na mesma intenção. Esperemos que a misericórdia
de nosso Deus se deixe tocar por nossas instâncias. Nós o abraçamos todos com
respeito e afeição.
Le Prevost
P.S.
O Sr. Thuillier, em sua carta, me pedia para mandar-lhe o Sr. Sadron.
Seria um grande sacrifício para nós; ele nos é, aqui, de uma utilidade extrema
para a disciplina que entende muito bem, para a vigilância, para todo o
material e as notas das classes. Todavia, se, por esse preço, houvéssemos de
tornar sua situação suportável, nos resignaríamos a nos privar de sua ajuda.
Veja, caro Senhor padre, se você terá realmente dele boa vantagem. Entre nós,
sua perna de pau não é obstáculo para nada, acostumaram-se. Se suas crianças
fossem encontrar nisso uma causa de resistência e de falta de submissão, melhor
seria não pensar nesse meio.
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