A respeito
das despesas de viagem de um irmão. Conselhos do Cura d’Ars, dos Bispos de
Angers e de Tours. Desejo de atrair padres para o Instituto, mas é preciso
evitar as situações indecisas. Necessidade de não precipitar nada.
Vaugirard,
15 de setembro de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Acolheremos
com alegria, no retiro, aqueles de seus irmãos sem os quais você poderá ficar
durante alguns dias. Eles voltarão a você depois, é de se esperar, ainda mais
fortes e mais dedicados para o bem de suas crianças.
Para
a viagem do irmão Jean [Maury], acho que você reconheceu que ela era justamente
motivada pelo estado de langor de sua mãe e pelo desejo que ela tem de resolver
com ele, suceda o que suceder, alguns interesses de família. Em casos
semelhantes, e quando os pais estão gravemente doentes, acho que as viagens são
justificadas; de outra forma, nós as tornamos tão raras quanto se pode
caridosamente. Não sei o que custa a viagem para a região do irmão Jean, mas
ele é delicado e consciencioso, ele não terá nenhuma idéia de exagerar nada.
Sua mãe pagará sua volta, talvez; não sei, porém, se ela está em condições de
fazê-lo. Como ele trabalha corajosamente, parece que esse pequeno sacrifício em
seu favor seria, aliás, bem merecido.
Vejo
com prazer que o conjunto de seus serviços se faz quase bem, e que os
exercícios de comunidade têm, no entanto, seu quinhão; devemos tender, com
efeito, a fazer realizar ambas as coisas juntas; elas servem para si de auxílio
e de apoio mútuo.
Penso
que nosso irmão Firmin [Thuillier] voltou de sua região com boas disposições.
Para o irmão Alphonse [Vasseur], ele tem, assim, pequenas nuvens de vez em
quando, mas a razão e o espírito de fé superam sempre aquilo .
Não
sei muito bem o que lhe aconselhar em relação ao seu jovem eclesiástico; ele
pode prestar-lhe alguns serviços, sem dúvida, mas você não corre o perigo de
recair nessas posições mistas e indecisas das quais experimentamos todas as dificuldades
no passado e de que tivemos que sair a todo o custo? Peço-lhe para bem examinar
se semelhante inconveniente não é de se prever hoje. Desejo muito, como você,
atrair padres para nosso grupo, e tenho sinceramente a peito fazer desaparecer
de nossa constituição tudo o que poderia afastá-los, mas a coisa requer ser
feita com madureza e precaução. O Senhor Arcebispo de Paris, consultado várias
vezes por mim, me aconselhou bem fortemente não me apressar e proceder com
prudência. O Santo Cura d’Ars, que fomos visitar propositalmente, o Sr. Lantiez
e eu, nos convidou a seguir o parecer de Sua Eminência.
O
Senhor Bispo de Angers, de seu lado, me escreve que, nestes últimos tempos,
conversou longamente a nosso respeito com o Sr. Arcebispo de Tours [Dom Guibert]
e que seu sentimento comum é que não saberíamos ir com excesso de maturidade e
de circunspeção na solução das questões essenciais concernentes ao nosso
Instituto. Essas autoridades são bem graves, e acreditaria desconhecer os
planos de Deus se resolvesse, sem luzes suficientes, pontos que podem atingir o
fundo mesmo de nossa existência.
Deploramos
que nosso jovem irmão Sadron não escreva, até agora, a ninguém; convido-o a me
escrever logo. Sua mãe aguarda também alguma lembrança dele e lhe recomenda,
quando lhe escrever, pôr algumas palavras para sua tia.
Ainda
não sabemos o momento preciso de nosso retiro. Os RR. PP. Jesuítas, aos quais
nos dirigimos estavam todos em missões diversas e o Superior nos adiou para a
primeira quinzena de outubro.
O
Sr. Caille está aqui por um tempo. Tudo vai bem na casa de Amiens; vamos indo
também aqui, com a ajuda do Senhor. Possamos permanecer sempre fiéis a seu
divino Espírito e ser apenas instrumentos dóceis em suas mãos!
Receba,
caro Senhor padre, todos os nossos sentimentos costumeiros de respeito e
de afeição em Jesus e Maria.
Seu
devotado amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
Continuo bem frágil de saúde. Peço-lhe alguma lembrança diante de Deus, a fim
de que eu saiba me conformar à sua santa vontade nesse estado de langor e de
incapacidade.
|