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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 601 - 700 (1859 - 1860)
    • 660 - ao Sr. Caille
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660 - ao Sr. Caille

O irmão Jules Marcaire abalado na sua vocação.

 

Vaugirard, 4 de janeiro de 1860

 

            Meu excelente amigo,

 

            Ou conheci muito mal e julguei muito mal até agora nosso irmão Marcaire, ou as disposições que ele apresenta presentemente são apenas pura tentação. Não posso acreditar, com efeito, com os sentimentos afetuosos e devotados que sempre vi nele, que possa, de coração tranqüilo, quebrar em um momento laços de comum afeição que remontam a 8 anos e que não temos merecido, da nossa parte, ver assim serem rompidos. Acho que ele cede a algumas contrariedades, causadas pelos que o rodeiam, e que lhe roubaram sua calma de espírito. Parece-me que teria sido melhor suportar pacientemente uma pequena provação, que eu tinha prometido abreviar logo que o poderia; aliás, eu tinha avisado você que, se ela parecesse realmente dura demais para nosso irmão Jules [Marcaire], eu esforçar-me-ia, apesar da dificuldade do momento, para remediar sua pena; ele devia, portanto, abrir-se a mim ou a você e nos dizer que a dificuldade que encontrava era forte demais para ele. Embora lamentando que ele não tenha tido em mim a confiança que eu poderia ter desejado, não irei dificultar a mudança de sua situação atual, num sentido ou noutro, seja dando-lhe algum descanso aqui para mudar suas ocupações, seja tomando umas medidas para que seja melhor secundado em Amiens. Mas desejo que ele entre em si e veja quanto, de um lado, a abertura simples e confiante é necessária em Comunidade, por outro lado, como ele comprometeria seu futuro mudando, sem razão sólida, o caminho onde Deus o colocou. Com efeito, se ele acha que estaria melhor situado no seu devido lugar no Instituto dos Irmãos das Escolas, que poderia, ali, encontrar uma vida mais interior, menos cansativa,  isso é, na opinião do Sr. Lantiez que conhece bem o caso, uma grande ilusão; estou, de minha parte, convencido de que ele não permaneceria ali e que o demônio serve-se desse meio para lhe fazer perder sua vocação. Temos, na Comunidade, três irmãos de um mérito verdadeiro que pertenceram vários anos à Congregação dos Irmãos das Escolas; todos os três estão de acordo para dizer que a parte feita ao espiritual e à vida interior entre nós é mais real do que no Instituto dos Irmãos. Lamentaria para nós o afastamento de nosso irmão Jules que sempre afeiçoamos, mas o lamentaria sobretudo por ele, porque, no meu ver, ele faria a coisa mais comprometedora para seu futuro. Não estou falando dos votos, é a questão mais grave; acho que nosso irmão Jules vai ponderá-la diante de Deus. Guardo firme a esperança, meu bom amigo, de que essa nuvem de desânimo afastar-se-á de nosso querido irmão e que, quando vier aqui com você segunda-feira, será um filho que virá para seu pai a fim de consolar-se com ele e recuperar a paz junto a seu coração. Seja como for, meu bom amigo, o acolherei, assim como a você, com muita afeição e esforçar-me-ei por ser o agente do Senhor para o maior bem de nosso irmão Jules e das obras que interessam a glória de Deus.

 

                        Até logo, caro amigo; abraço-os a todos afetuosamente em Jesus e Maria.

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. O Sr. Lantiez começou a novena de missas pelo irmão Jules; rezemos muito ao Senhor a fim de que se digne dirigi-lo.

 




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