Movimento
de pessoal. Não admitir sujeitos incertos (padre Lemaire) e sem vontade.
Vaugirard,
5 de janeiro de 1860
Caro Senhor
padre e filho em N.S.,
Tomamos parte
no acidente que aconteceu ao irmão Alphonse [Vasseur] e ao excesso de embaraços
que resulta disso para você; procuramos os meios de aliviá-lo, mas recebo uma
carta do Sr. Caille que me faz entrever a necessidade de algumas mudanças no
pessoal de sua casa; ele deve vir segunda-feira para falar disso comigo.
Preciso vê-lo antes de nada determinar, pois não sei o que as necessidades de
sua casa podem exigir urgentemente. Prometo a você examinar as coisas com o
cordial desejo de dar-lhe um pouco de ajuda.
Esperamos o
primo do irmão Jean [Maury] no começo de fevereiro. É, asseguro-lhe, um
verdadeiro sofrimento para nós ver o mal-estar um pouco em todo lugar entre
nós, por falta de um pessoal que nos permita dar socorro em todo lugar em que
nos é pedido. Vendo essa situação se prolongar e permanecer sempre a mesma em
todos os tempos, não posso deixar de pensar que ela está dentro dos planos de
Deus e que Ele quer, em sua misericórdia, tirar dela um grande bem.
Nossos dois jovens aspirantes ao sacerdócio serão admitidos, acho, a seguir os
cursos do Seminário São Sulpício como externos; nesse caso, deverão ir morar em
Nazareth, o que nos vai privar ainda dos serviços bem úteis que nos prestam.
Não acho que seria um bom meio de resolver seu problema, admitir em sua casa, a
título de experiência, um eclesiástico; acredite bem, caro Senhor padre, que
todo sujeito, eclesiástico ou leigo, que não tiver a firmeza de dedicação
suficiente para ir generosamente, desde o início, à casa de noviciado de
Vaugirard, nunca será para você, nas condições em que nos encontramos, senão um
ajudante sem consistência e sem futuro.
Sinto como
você quão fraca está nossa Comunidade para sustentá-lo bem; por isso, não me
acharia ofendido, de jeito nenhum, se, conseguindo achar alguma Congregação
mais numerosa para ajudá-lo, você se orientasse para ela, pois devemos
procurar, antes de tudo, a glória de Deus; mas se devemos, como o desejo,
caminhar juntos assim-assim, na provação, na paciência e na confiança em Deus,
é preciso evitarmos os meios indecisos e mal determinados que causariam logo
mal-estar em nossas obras e lhes iriam talvez comprometer o futuro. A admissão
entre nós de sujeitos incertos e sem vontade totalmente dedicada teria
inevitavelmente esse resultado; fizemos essa experiência várias vezes e sempre
com muito sofrimento.
Levemos,
então, nossa cruz, caro Senhor padre, com a esperança de que o Senhor
dignar-se-á torná-la menos pesada, dando-nos logo algum alívio. A vinda de
alguns sujeitos nos é anunciada; infelizmente, não seria de moços fracamente
formados que você precisaria sobretudo; a posição a manter em sua casa não é
sem dificuldade, e ali, homens, aliás dedicados e de certo valor, estão
facilmente inferiores à sua tarefa; peçamos ao Senhor luz, força e caridade
para fazer tudo o que sua Sabedoria espera de nossa fraqueza.
Abraço a você e a nossos irmãos em Jesus e Maria, e sou como sempre, com uma
respeitosa afeição
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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