Não acolher sujeitos fracos e sem desejo de
servir a Deus generosamente.
Vaugirard,
16 de janeiro de 1860
Caro Senhor padre e filho em N.S.,
Um moço, chamado André Perret, que lhe fora enviado pelo R. Pe. Coeur d’Acier,
de Lille, e que ficou alguns dias em sua casa, veio hoje me pedir para
admiti-lo na Comunidade. Bateu em várias portas antes de vir a nós, esperando
que lhe fariam continuar seus estudos para o sacerdócio, mas seu parco
progresso no latim o fez recusar em todo lugar. Ele resigna-se, portanto, a
tornar-se simplesmente irmão leigo. Exteriormente, esse jovem não é mal; mas
ele viu tantos locais, experimentou tantas situações que não tenho confiança
alguma na sua estabilidade nem na sua firmeza de espírito.
No
entanto, eu o adiei para quinta-feira, querendo evitar rejeitá-lo sem exame e
reservando, sobretudo, para mim pedir seu parecer a respeito dele. O que
pensava dele o R.Pe. Coeur d’Acier? Como você mesmo o julgou? Sua piedade, seus
costumes, seu caráter, suas aptidões e ciências, enfim, também, seu amor pelo
trabalho, sua disposição para tudo fazer num espírito de zelo e de dedicação.
Seria preciso que eu tivesse, sobre esses diferentes pontos, informações que me
dêem uma segurança verdadeira. Pois, não tenho, de jeito nenhum, a disposição
de admitir sujeitos fracos, incertos, sem virtude sólida, sem cordial vontade,
ao menos, de servir a Deus generosamente. Como ele deve voltar quinta-feira, eu
ficarei agradecido a você se tiver a bondade de me responder algumas palavras sem
demora.
Não acrescento nada, estando muito apressado e não tendo, aliás, nada
interessante a lhe comunicar. Renovo-lhe somente, caro Senhor padre, as
afeições de todos e os sentimentos de respeito e de dedicação com os quais sou
Seu amigo e Pai em Jesus e Maria.
Le Prevost
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