Mês de São
José. Primeiras tentativas de organização do noviciado. Recepção das ordens
menores. Novena feita nessa ocasião. Elogio do irmão Maury. Desapegar-se de sua
família: os cuidados de familiares, causas de atrapalhação da vida de
comunidade.
Vaugirard,
26 de fevereiro de 1860
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Agradeço-lhe
por seus bons votos pela nossa casa. Deus parece atendê-los. Todos os nossos
irmãos começam sua Quaresma com boa disposição de recolhimento, de trabalho e
de penitência. Vamos entrar também no mês consagrado a São José. Faremos, cada
dia, a esse amável pai do Salvador alguns atos de devoção. Esperamos que ele vá
no-lo retribuir, aumentando em nós o espírito interior e inspirando-nos um
maior zelo pelo bem de nossas crianças.
Esforçamo-nos,
presentemente, por estabelecer de um modo mais regular os exercícios do
noviciado. O Sr. Lantiez será encarregado dele. Esperamos que nossos irmãos,
formados mais sistematicamente e com mais continuidade, vão tomar mais
solidamente a forma e o espírito da vida religiosa. Digne-se o Senhor
prestar-nos sua divina assistência.
Nossos
dois jovens aspirantes ao sacerdócio estão no Seminário aonde os levei
quinta-feira passada. Acho que teremos neles, um dia, dois verdadeiros servos
de Deus.
Devo,
do meu lado, receber as ordens menores no dia 3 de março, na capela de Sua
Eminência o Cardeal Arcebispo de Paris que, bondosamente, me quer conferi-las.
Nossos irmãos têm a caridade de fazer, nesta ocasião, uma novena à qual
peço-lhe, assim como a nossos irmãos de sua casa, para se associarem. Aplica-se
nesta intenção o Veni Creator que se diz à noite, com as invocações
Nossa Senhora da Salete, São Pedro e São Paulo, São Tarcísio e a pequena oração
a São José: Sanctissimae Genitricis tuae sponsi quaesumus etc.
Temos
rezado, do nosso lado, por seu retiro. Ficaremos sabendo com prazer que o
Senhor dignou-se abençoá-lo.
Não
estamos recebendo resposta do primo do irmão Jean [Maury]. Se demorar ainda,
trataremos, daqui a pouco, de organizar a saída desse bom irmão, já que você
sempre pensa que ele lhe será bem útil. Aqui, ele nos presta serviços bem
essenciais, seu espírito dedicado e consciencioso, sua boa vontade constante,
sua piedade sincera fazem dele para nós um sujeito que tanto amamos quanto o
estimamos. Você verá, nesse momento, se convém mandar-nos de volta o irmão
Ernest [Vasseur]. De resto, o Sr. Myionnet deve ir em breve fazer uma visita a
Amiens. Ele procurará dar uma escapadinha para vê-lo ao mesmo tempo um momento.
O
irmão Jean-Marie [Tourniquet], que já lhe deu um de seus sobrinhos, tem mais
um, filho de seu irmão, com 9 anos, bom menino que ele desejaria também lhe
mandar. Ele pagaria como para o outro. Ele crê poder garantir que você não
teria chateação com o menino. Prefiro que ele não esteja perto demais do irmão
Jean-Marie, porque esses cuidados de familiares atrapalham demais os irmãos. Se
você consentir, o Sr. Myionnet poderia levá-lo consigo, quando passar em Amiens
onde se encontra a criança.
Peço-lhe,
caro Senhor padre, para assegurar todos os nossos irmãos de minha terna afeição
e para acreditar-me, com um respeitoso apego,
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria.
Le Prevost
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