Cruel
penúria de pessoal. Recomendações do Pe. Lantiez na sua volta de Arras.
Vaugirard,
1o de setembro de 1860
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Lamento
tê-lo posto na incerteza, tardando a lhe escrever após a volta de nosso bom
padre Lantiez. Aprecio muito as disposições que vocês tomaram juntos, para a
organização de seus serviços. Acho que será bom fazer duas divisões cada vez
mais distintas entre suas crianças. O Sr. François [Le Carpentier] estando com
o Sr. Sadron e algum outro ajudante que procuraremos dar-lhe, do lado dos
alunos, e você, caro Senhor padre, com o irmão Alphonse [Vasseur] e o Sr.
Houriez, do lado dos aprendizes.
Temos
procurado muito quem poderíamos destacar aqui dos nossos serviços, ainda não o
vemos nitidamente. O irmão Thuillier seria aquele que conviria melhor, e, no
entanto, seria desejável para seu bem que se firmasse com um pouco de folga
aqui, e sentimos um tipo de pesar no interromper de uma refeição espiritual que
se efetua sensivelmente. Não quer dizer que a casa de Arras não seja, em muitos
aspectos, edificante e boa para ele; ele agrada-se melhor nela, pessoalmente,
do que em Vaugirard; mas aqui, os exercícios mais regulares, as ocasiões de
dissipação mais raras, o mantêm mais seguramente e afastam para nós inquietudes
que voltam desde que ele está fora da casa. Sinto, todavia, que você não pode
esperar muito tempo pela ajuda que nos pede. Por isso, vou fazer com que não
tarde além de alguns dias, para avisá-lo definitivamente do que tivermos
decidido. Estamos apertados, ao mesmo tempo, pela imperiosa necessidade de
ajudar uma casa de patronato em Paris e talvez uma segunda obra de mesmo tipo,
embora em condições um pouco diferentes. Essas necessidades urgentes, que nos
interpelam juntas, complicam um pouco nossas disposições e tornam nossos
movimentos mais lentos. Mas, repito, caro Senhor padre, sinto, antes de tudo,
suas dificuldades e vou, no mais breve prazo, chegar a uma solução no que lhe
diz respeito.
O
Sr. Lantiez voltou contente e edificado pelo bom espírito da casa de Arras; diz
que nela se sente a vida, uma certa seiva cristã que dá satisfação ao coração;
bendigamos, portanto, a Deus que, através de nossas incapacidades e de nossas
misérias, digna-se ainda tirar sua glória de nossos fracos esforços. O Sr.
Lantiez recomenda somente que se cuide cada vez mais de tornar as relações dos
irmãos e dos aprendizes com as Irmãs e suas ajudantes, tão raras como for
possível. Ele acha que se poderia ainda desejar algum progresso desse lado.
Deixo-o,
caro Senhor padre, mas com o pensamento de escrever-lhe de novo em breve. Receba para
você todos os nossos sentimentos de respeitoso apego e nossas sinceras afeições
para todos os vossos irmãos.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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