Vida da
comunidade de Arras; procurar obter a unidade de ação. Condições para que
padres estranhos possam viver em nossas casas. Peregrinação à capela da rua de
Sèvres.
Vaugirard,
29 de setembro de 1860
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Fiquei
sabendo com satisfação de sua instalação em sua nova casa. As circunstâncias
dessa mudança de morada e o tempo de reflexão que se pôde tomar me fazem pensar
que Deus interveio nisso e que somente seguimos sua santíssima vontade; que Ele
seja, portanto, bendito e agradecido por esse novo favor.
O
Sr. padre Brau, em sua passagem em Paris, já me tinha falado que ia retomar sua
estada em sua casa. Nós o conhecemos há muito tempo. Acho que ele é muito
discreto, que se interessa cordialmente por nós e que saberá limitar-se às coisas
que você espera de sua caridade. Para o Sr. Grébert, acho sempre que, apesar de
suas boas qualidades, sua presença habitual em sua casa, sem laço que o ligue à
Comunidade, é uma coisa lastimável, que ela será de pouca duração e não trará,
definitivamente, nada de bem útil nem para você nem para ele; mas não me oponho
absolutamente a que você experimente essa combinação, já que você e ele
persistem vendo nisso vantagens.
Acho
com você que a introdução de um outro eclesiástico estranho em sua casa faria um
peso deplorável pela dificuldade que causam todos esses elementos diversos e
pelo obstáculo que eles põem à unidade de ação; não penso que se possa alguma
vez compor um conjunto nem uma comunidade unida com tanta multiplicidade.
Estivemos
hoje em peregrinação à capela de nosso Santo Padroeiro, São Vicente de Paulo, e
o celebramos aqui, quinta-feira, da melhor forma possível; espero que sua
proteção se faça cada vez mais sentir entre nós. Rezei muito a ele, em
particular, por nossa querida casa de Arras.
O
irmão Alphonse [Vasseur] encontrou-se, nestes tempos, atormentado por dúvidas
sobre sua vocação; após ter muito pensado nesse fato diante de Deus, não vi
nenhum fundamento sólido para isso; escrevo-lhe para encorajá-lo e firmá-lo.
Acho que ele vai encontrar-se nas suas disposições habituais e retomar sua paz
em Deus.
Adeus,
caro Senhor padre, desejo mil bênçãos para você e os outros, e o asseguro como
sempre de meu respeitoso apego em Jesus e Maria
Le Prevost
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