Unidade de
espírito entre o Sr. Risse e a Congregação. Dificuldades que pode experimentar
um antigo pároco ao submeter-se à vida comum. O Sr. Le Prevost lhe faz chegar o
Regulamento.
Vaugirard,
29 de dezembro de 1860
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
As
preocupações e solenidades tão importantes relativas à minha ordenação, uma
festa de família que se realizou depois, no dia 27, e os cuidados multiplicados
de nossas obras não me deixaram, nestes últimos tempos, um só minuto para
responder à sua última e afetuosa epístola. É uma grande alegria para mim, como
para os que me cercam, vê-lo entender tão bem pelo coração o espírito de nossa
pequena família, e estamos cheios da esperança que sua união conosco, já
consumada interiormente, efetuar-se-á na realidade sem dificuldade nenhuma,
cordial, devotada e abençoada por Deus; diremos então juntos o ecce quam
bonum et quam jucundum.
Essas poucas linhas já foram
interrompidas várias vezes; como os embaraços do ano novo já começam, prefiro,
por hoje, apressar um pouco esta epístola, a fim de que não seja ainda adiada.
Queria agradecer-lhe a boa acolhida que você fez a nosso irmão Lantiez; ele
voltou contente de todos e de tudo; ele encontrou-se em sua casa e em sua obra
no seu clima acostumado, sem mudança apreciável; na realidade, o bom Deus nos
fizera uns para os outros, só restava nos aproximarmos, sua doce Providência
proveu a isso.
Receberemos
de braços abertos a você e seus bons jovens (5, se possível e mais se Deus
quiser), quando você vier em fevereiro. Nessa época, nossa morada ainda é um
pouco campestre, mas, a partir do primeiro raio de sol, ela é agradável, por
causa do contraste de nossa paz com o barulho do interior de Paris. Receberei
com prazer uma carta do jovem eclesiástico de quem você me fala, se você pensa
que se possa esperar que ele esteve inconstante somente por não ter encontrado,
logo de início, seu lugar. Você não teme também que, já tendo sido pároco,
tendo fruído de uma liberdade quase exagerada (pois, assim é a posição do padre
no campo), ele ache pesadas e incômodas as sujeições e dependências que traz a
vida comum? Veja, caro Senhor padre, se conhece um pouco esse bom eclesiástico,
se você tem um pouco de confiança, tentaremos de bom coração; os operários
evangélicos faltam tanto nas obras que um homem de coração e de zelo é um
verdadeiro tesouro para nós.
Mando-lhe
o regulamento; alguns pequenos retoques de detalhe deveriam ser feitos em conseqüência
da determinação nítida que foi tomada de escolher exclusivamente o chefe da
família entre os irmãos eclesiásticos; prossiga, se alguns detalhes lhe parecem
faltar de harmonia com o resto; capte o fundo, é o essencial; as glosas e
indicações de detalhe são esboçadas, mas não acabadas, e não figuram no
exemplar que lhe mando.
Adeus,
caro Senhor padre. Termino o ano com você, o início do outro nos encontrará
logo reunidos; possa essa fusão de nossos corações e de todos os nossos
recursos ser para a glória de Deus e para o progresso espiritual de nossas
almas. Em conseqüência de minha ordenação, abençoei todos os meus irmãos ou
filhos em N.S., diga a seus bons jovens que já me sinto seu pai e que os
abençôo com os outros, e você mesmo, caro Senhor padre, recomendo-o às ternas
misericórdias do Senhor e peço-Lhe para cumulá-lo com seus dons mais preciosos.
Abraço-os
a todos e sou bem afetuosamente
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
|