Falecimento
do Sr. de St Bedan, um modelo de religioso. O Sr. Le Prevost exprime o desejo
de entrar em relação com o bispo de Metz. Diante da recrudescência do mal,
necessidade da união.
Vaugirard,
23 de fevereiro de 1861
Caríssimo
Senhor padre e filho em N.S.,
Estou
bem atrasado para dar-lhe notícias nossas e para responder à sua boa carta do
meio deste mês; fiquei indisposto durante uns dez dias por um tipo de gripe que
me tornava quase incapaz de toda aplicação. Desde então, um de nossos irmãos, o
mais santo de todos, Sr. Olivier Urvoy, antigo amigo meu, que, há três anos,
viera se juntar a mim em Comunidade, caiu doente e, após alguns dias de doença
apenas, foi chamado de volta pelo Soberano Mestre. Não preciso dizer-lhe, caro
Senhor padre, quais solicitudes e que aflição nos causou esse triste
acontecimento; uma só consolação nos resta, é a lembrança das virtudes, é a
vida santa e o fim admirável de nosso irmão. Levou para tão longe, durante sua
estada entre nós, o espírito de obediência, de abnegação, de pobreza, de amor
da regra que ficamos persuadidos de que ele é para nós um perfeito modelo como
religioso; nossos irmãos se sentem inspirados a rezar em união com ele e
esperam que seus pedidos vão encontrar melhor assim graça diante de Deus.
Peçamos por nós, caro Senhor padre, que seu lugar não permaneça vazio e que, se
um santo nos foi tirado, outros santos se formem e sejam enviados para a
Comunidade.
Seus
dois bons jovens vão muito bem e auguramos bem de seu futuro; puseram-se
cordialmente a acompanhar os exercícios de comunidade, como os trabalhos; são
alegres, abertos e parecem ambientar-se perfeitamente ente nós; acho que o solo
de Metz será muito próprio para nos preparar bons e dedicados sujeitos;
parece-me que por lá se tem o espírito firme, se entende a grandeza e a beleza
do serviço de Deus e não se recua diante de um generoso sacrifício para se dar
a Deus.
Seria
muito feliz por entrar em relação com Monsenhor de Metz e estou muito disposto
a escrever-lhe; não sei bem presentemente em que sentido fazê-lo, porque não
lhe perguntei bastante particularmente quais haviam sido seus colóquios com ele
concernente à Comunidade. Vou tentar, no entanto, escrever algumas palavras de
respeito, de gratidão e de boa confiança no futuro.
Os
que pertencem a Deus têm necessidade de unirem-se hoje mais intimamente do que
nunca e de confirmar em si a santa esperança; os esforços do inimigo para
arrancar a fé nas almas tornam-se tão furiosos, tão persistentes que se
sentiria um tipo de pavor se a palavra eterna não estivesse ali para firmar os
corações; guardemos a confiança, caro Senhor padre, trabalhemos sem cessar a
sustentar nossa santa causa, o Deus forte saberá, como sempre, tirar sua glória
do zelo de seus fiéis servos como da perversidade de seus inimigos. Nosso
papel, quanto a nós, é perseverar na oração, no trabalho e na esperança.
Aqui,
não temos nada de novo, nem no interior, nem em nossas obras; não deixarei de
mantê-lo informado de tudo o que poderia oferecer algum interesse, nossos
trabalhos sendo comuns doravante, devemos procurar nos ajudar uns aos outros
pela comparação de nossos esforços e de nossos meios. Escreva-nos de seu lado,
caro Senhor padre, ou peça para alguém nos escrever, dê-nos todos os detalhes
que nos poderão iniciar às suas obras como a tudo o que diz respeito à sua cara
roda íntima; faço votos para que nossa vida como nossos sentimentos tendam a
essa unidade que o Senhor pediu para os seus e que outra coisa não é a não ser
sua adorável e divina caridade.
Adeus,
caro Senhor padre; acredite bem que você tem em nós amigos e irmãos; nos
entendemos com você como se nunca tivéssemos estado em outra situação que hoje,
um mesmo espírito nos anima e tendemos certamente ao mesmo fim.
Abraço-o
em nome de todos e sou, com uma respeitosa afeição;
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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