Seqüência
do caso dos imóveis de Nazareth e de Grenelle. O Sr. Le Prevost não acha
possível fazer mais concessão do que fez.
Vaugirard,
23 de fevereiro de 1861
Senhor
Presidente Geral,
Não
encontrei, após nossa reunião em Saint-Lazare, nova combinação para resolver os
negócios de que tratávamos nestes últimos tempos; talvez seja bem difícil
imaginar alguma que dê satisfação perfeita a ambas as partes. Mas estou mais
vivamente impressionado do que antes por este pensamento que importa, acima de
tudo, que guardemos a caridade, se não quisermos nos preparar pesares certos e
causar um prejuízo irremediável às nossas obras. Sentimentos de reserva e quase
de desconfiança já se infiltram entre nós, nos acusamos de ambas as partes e
não escapamos a penosas impressões; mais alguns passos, e essa união, que
consideramos como essencial à salvação de muitas almas, vai ser lamentavelmente
quebrada. Essa situação não deve chamar nossa atenção? Parece-me que os
direitos e títulos da Sociedade de São Vicente de Paulo são tão francamente admitidos
e reconhecidos nas cartas que tive a honra de lhe escrever que se poderia achar
nelas superabundantemente todas as garantias desejáveis para o futuro; estou,
alias, sempre disposto a lhes acrescentar as que ofereci precedentemente. Mas,
feito isso, você não pensa comigo, Senhor Presidente, que devemos quanto antes
apagar até o menor traço de um triste dissentimento e procurar na confiança e
na afeição recíprocas os meios de fazer prosperar nossas obras? Parece-me
também que, longe de calcular respectivamente se não fazemos mais do que a
nossa parte, seríamos agradáveis a Deus rivalizando no intuito de quem iria
fazer mais. Não estou mais muito em condições para recolher recursos fora e
conseguiria, sem dúvida, apenas dentro de um limite bastante restrito, mas
tendo recebido alguns restos de patrimônio ultimamente, não hesitarei em
sacrificar a melhor parte deles para aliviar um pouco os encargos de nossas
obras; fico também sempre pronto a dar a colaboração de nosso pessoal à
Sociedade, como pelo passado, na medida em que nossas forças restritas e o
pouco de formação de nossos jovens me deixarem a possibilidade. Nunca tive
outras intenções, nunca sonhei um só instante em isolar nossa atuação da ação
da Sociedade; nunca, até, entendi como poderíamos andar separadamente.
Peço
a Deus, Senhor Presidente, para que Ele nos inspire, de ambas as partes, o
espírito de paz e de cordial benevolência e reitero-lhe, em toda a sinceridade,
a expressão dos sentimentos respeitosos e dedicados com os quais sou,
Seu
humilde servo e irmão em N.S.
Le Prevost
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