Confiança
na Providência. Relatório estatístico a enviar. As casas devem se ajudar entre
si e sustentar a Casa-Mãe. Viagens dos irmãos em sua família.
Vaugirard,
24 de março de 1861
Festa
dos Ramos
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Estávamos
esperando notícias suas e recebemos com alegria sua carta do 19 deste mês, a
qual não contém nada, no conjunto, que não seja satisfatório, já que, através
das dificuldades quotidianas, seu pessoal sustenta-se e sua obra continua
fazendo o bem. Quantas graças não temos que dar a Deus, e como não
reconheceríamos que Ele nos assiste visivelmente, já que, com meios tão
insuficientes, conseguimos sustentar-nos, talvez até progredir! Continuemos,
portanto, perseverando e confiando. Aquele que nos protegeu até aqui não nos
retirará seu apoio.
Ficarei
grato a você, caro Senhor padre, por mandar-me, como de costume, um tipo de
pequeno relatório de situação, respondendo às perguntas indicadas na folha
anexada. Com a ajuda desses documentos, podemos, cada ano, fazer um sumário de
conjunto de nossa situação.
Espero
que nosso retiro se realize na segunda quinzena de abril, estou conversando
sobre isso com os Rmos. Padres Jesuítas.
Acho
que poderemos, nesse momento, trazer para cá o jovem Mesny; nossas disposições,
todavia, ainda não estão absolutamente determinadas, nos entenderemos com você
para isso. O jovem padre [Jacques Clément] deseja também ir a Arras para sua
teologia. Ele não falta de qualidades, mas, até agora, ainda estamos incertos
se ele tem aquelas que o tornariam particularmente próprio a fazer o bem em nossa Comunidade. Se
for para sua casa, pagará uma pequena pensão. Poderia, todavia, acontecer casos
em que um irmão seria enviado a Arras, como em toda outra casa da Comunidade,
sem levar para lá recursos próprios. Devemos nos prestar uns aos outros esses
bons ofícios; de outra forma, o meu e o teu tornar-se-iam tão acentuados entre
nós que perderíamos o verdadeiro espírito e, ao mesmo tempo, as vantagens da
vida comum. Uma casa, um pouco carregada momentaneamente pela presença de um
irmão em estudos ou pouco útil para ela, reencontrará logo em alguma ocasião
compensações a esse sacrifício pelos alívios que lhe trará à sua vez uma outra
casa. A Casa-Mãe, que aceita, aliás, tantos encargos para a formação dos
sujeitos, para os retiros, as viagens, a hospitalidade que dá, em todo tempo, a
todos os membros da família, tem verdadeiro direito de pedir, à sua vez, um
pouco de assistência às casas particulares; a união e a cordial afeição pela
família ganham também com isso. Acho que não poderíamos nos afastar dessas boas
tradições que vigoraram, desde o princípio, entre nós.
Você
julgará se é útil que o irmão Alphonse [Vasseur] vá passar alguns dias em sua
família, depois da Páscoa; temos uma grande repugnância por essas viagens,
procuramos torná-las raras, breves, e as concedemos somente por motivos de
certa gravidade; esses termos não têm nada de absoluto, você verá, portanto,
caro Senhor padre, o que for melhor.
Estamos
sempre nas mesmas disposições com o Sr. padre Risse, de Metz. Monsenhor, o
Bispo, me escreveu uma carta perfeita para dizer-me que via essa união com
prazer e que a aceitava plenamente.
Veremos
melhor, aproximando-se o retiro, se os Srs. Myionnet ou Lantiez poderiam
substitui-lo momentaneamente; isso não é sem alguma dificuldade, porque,
ordinariamente, um ou outro já tem a responsabilidade de nossa casa enquanto o
resto do pessoal segue os exercícios do retiro. Não perderei a coisa de vista,
sabendo bem que você também, caro Senhor padre, tem necessidade de repouso
espiritual e corporal ao mesmo tempo.
Assegure
bem, por favor, todos os nossos irmãos de minha terna afeição e acredite também
em meus sentimentos de respeito e de devotamento em Jesus, Maria e José.
Le Prevost, padre
P.S.
A mãe do Sr. Sadron pede com instância que ele escreva à sua tia.
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