Conselhos
de ordem prática a respeito da entrada do Sr. Risse na Congregação.
Vaugirard,
18 de maio de 1861
Vigília
de Pentecostes
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Você
deve pensar que a prontidão e a ativa expedição das coisas não fazem muito
parte das qualidades de nossa Comunidade, pois, já faz muitos dias que sua
querida carta chegou e a resposta se fez esperar muito; a boa vontade não nos
faltou, mas o tempo oportuno, no meio dos incessantes transtornos de cada dia.
E, no entanto, sobre o ponto principal de sua carta, a solução era fácil de se
dar, tão fácil que você a podia dizer de antemão; toda disposição que apressará
o momento de nossa perfeita união será muito boa e muito amável para nós:
setembro mais vale do que fevereiro e 1861 mais que 1862, já que a inteligência
de espírito e de coração é inteira, que o fato seja consumado: é o nosso desejo
como o seu; portanto, caro Senhor padre, fica bem entendido, nós o esperaremos
no mês de setembro. É um momento bem escolhido também para nós; o afastamento
de quase todas as pessoas ocupadas com a caridade deixa um pouco de folga à
atividade, as coisas organizadas andam como por si mesmas nessa época e exigem
menos movimentos e preocupação. Nossos irmãos poderão, portanto, estar mais facilmente
com você e completar pela vida comum a fusão de nossas existências como de
nossas obras.
Admito
sem restrição suas intenções para o futuro e para a constituição de seu pequeno
interior de comunidade em
Metz. Não tenho previsão fixa para o pessoal que lhe poderá
dar assistência, mas Deus nos iluminará em tempo útil e nos prestará socorro
para tudo acertar para o melhor. Quanto aos detalhes de interesse com sua
família, deixo completamente isso para o seu juízo; a Comunidade é muito
desinteressada, acho que posso dizer isso, e sempre disposta a aconselhar o que
pode agradar às famílias e torná-las favoráveis às obras da Religião.
Parece-me
que, para fazer com que seus familiares aceitem sua ausência mais prolongada do
que de costume, você poderia dizer que, no desejo de assegurar à sua obra
apoios para o futuro, você quer estudar de perto uma associação de homens
dedicados às instituições do mesmo tipo, a fim de ver se alguma assistência
pode lhe vir desse lado. Talvez você pudesse não dizer nada de antemão e
motivar assim, escrevendo daqui, o prolongamento de sua ausência. Assim, você
daria menos solenidade à sua saída e você pouparia para si cenas de adeus
muitas vezes penosas e debilitantes. Não sei se esse meio é realizável; você,
melhor esclarecido, será bem melhor juiz disso do que eu.
Não
vejo aqui nenhum fato memorável que eu tenha para lhe assinalar, tudo anda para
nós em condições bastante boas, mas sem movimentos bem notáveis; sentimos a
Deus perto de nós e achamos nisso nossa paz; as ameaças do tempo presente são
para a Igreja inteira, sem nada de próprio para nós; nós as olhamos tristemente
como cristãos, mas também com confiança, já que as promessas do divino Mestre à
sua Igreja estão aí para nos tranqüilizar. Que força se encontra quando, no
meio da instabilidade de todas as coisas, se pode repousar na palavra da eterna
Verdade!
Desejo
ardentemente, caro Senhor padre, que o Espírito Santo cumule a você e aos seus
com suas graças e que Ele aumente ainda o ardor de seu zelo e de sua caridade.
Assegure
todos os seus bons jovens associados de nossas ternas afeições e queira, em
particular, dizer aos que esperamos que nossos corações estão abertos e prontos
para recebê-los.
Sou
bem cordial e respeitosamente, caro Senhor padre,
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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