Exortação à
caridade, à humildade e ao suporte fraterno.
Vaugirard,
4 de julho de 1861
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Certifiquei-me de que não se trata de jeito
nenhum de que algum aviso seja dado pelo Sr. Hello sobre o trabalho do domingo,
nem sobre nada do que se refere ao triste mal-entendido de domingo passado.
Vigie bem, caro amigo, sobre suas disposições para impedir toda contenção em
seu espírito; de outra forma, você prepararia para sua obra prejuízos muito
mais sérios do que as mínimas e muito leves contradições com que você se
perturba demais. Como faríamos sabiamente, examinando de vez em quando, com
calma diante de Deus, o que sua glória e o bem das almas pedem realmente de
nós, e como, muitas vezes, então, veríamos que a paciência, o suporte mútuo, a
condescendência em tudo o que não atinge o fundo das coisas são o único meio de
sustentar as obras e de guardar a paz! Se você chegar a não saber suportar
nenhuma contradição, a não poder guardar a caridade com aqueles que o cercam,
qual será a sorte das obras e do bem que você faz através delas, e do primeiro
bem de todos, sua própria santificação? Pense nisso, caro amigo, traga de volta
a calma à sua alma, retome, com os de sua casa, sentimentos de caridade, o
espírito de conciliação, sem os quais nada se faz de duradouro e de bom nas
obras de Deus. Enfim, exercite-se na humildade: ocasionalmente, reconheça com
simplicidade suas faltas e faça corajosos esforços para que o amor próprio se
extinga cada vez mais em
você. Que bom futuro você se preparará assim e quantas
amarguras você evitará para si; tenha toda a certeza, caro amigo, de que minhas
orações e minhas ternas simpatias secundarão seus esforços; conduzi seus
primeiros passos na carreira das obras de Deus, quereria, quando deixar este
mundo, vê-lo com segurança bem firmado no caminho e andando generosamente até o
fim. Dignem-se o Senhor e a Santíssima Virgem assisti-lo e lhe estender a mão.
Abraço-o afetuosamente em Jesus e Maria
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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