Desculpas
por uma resposta tardia. Desejos de boas-vindas; agradecimentos ao Bispo de
Metz; o que é um coração de bispo. Concessão da Santa Reserva à capela de
Chaville. Ter grande confiança em Deus. Não se perturbar diante das dificuldades
vindouras.
Vaugirard,
7 de julho de 1861
Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,
As ocupações e diversos impedimentos reais,
notadamente uma viagem a Amiens e a Arras, concorreram com certeza para atrasar
um pouco minhas correspondências, mas um pouco de desordem e de irregularidade
em meus trabalhos contribuíram também a isso; você poderia, então, caro Senhor
padre, queixar-se com alguma razão de que, menos carregado, talvez, do que você
por dificuldades e cuidados, eu esteja menos atento a lhe responder que você a
nos prevenir; estou velho, fraco, doentio, eis aí a minha verdadeira desculpa;
meus movimentos são lentos e meu trabalho pouco fácil; estou no caminho de
muitas pessoas e muitos me abordam durante um dia; e, porém, eu poderia fazer
melhor, confesso, e peço-lhe, caríssimo amigo, para ser indulgente para comigo.
Vemos aproximar-se com uma verdadeira alegria o
momento que o trará entre nós. Você é tão exatamente daquela madeira com a qual
se pode fazer um bom irmão de São Vicente de Paulo! Possamos não responder mal
demais à sua confiança e dar satisfação à necessidade que você tem de abrir seu
coração para que Deus e sua divina caridade o encham todo inteiro.
Infelizmente, você verá que entre nós o homem natural ainda não está
absolutamente morto e que, em quase todos, ele se reencontra em algum ponto,
mas todos, ao menos, têm o bom e sincero desejo de agir melhor e de salvar
algumas almas, ganhando eles mesmos o Céu. Seus caros filhos não são os menos
bons, todos os quatro dão cordialmente sua colaboração no trabalho das obras,
acompanham os exercícios com piedade e interesse, enfim são dóceis, sociáveis e
verdadeiros homens de boa vontade. O futuro nos mostrará com certeza em cada um
deles alguma imperfeição inevitável, mas acredito que o fundo é bom e dará
substância suficiente para fazer deles todos verdadeiros servos de Deus.
Não saberíamos testemunhar demais gratidão a
Monsenhor de Metz, que se mostra tão benevolente e o doa tão generosamente a
nós; usaremos discretamente de sua confiança e evitaremos fazer algo que possa
comprometer em qualquer coisa o bem que se realiza por você e por sua obra na
região; procuraremos, ao contrário, firmá-lo e assegurar-lhe a duração no
futuro. Somos, de resto, cumulados de benevolência por todos os bispos sob
cujos olhos temos alguma obra a realizar; é um amável estudo, o de um coração
de Bispo; evidentemente, a ação de uma graça superabundante é sensível nele, a
elevação das vistas, a amplitude das afeições são manifestas nele; nas fileiras
inferiores do clero, encontramos às vezes algumas dificuldades, mas elas foram
sem gravidade até agora; espero que, com prudência e, sobretudo, com o espírito
de simplicidade e de conciliação, conseguiremos tornar acessível para nós um
caminho onde, sem prejudicar a ação dos outros, poderemos fazer uma parte do
que escapa ao zelo e à boa vontade do clero das paróquias.
Tivemos, nestes últimos dias, uma nova marca da
condescendência dos Primeiros Pastores para conosco. Monsenhor o Bispo de
Versailles nos concedeu, para a casa de repouso e de convalescença que temos em
Chaville, a licença de guardar o Santíssimo Sacramento em nossa pequena capela
e diversos outros privilégios que nos tornarão essa morada mais útil e mais
agradável; o bom Mestre nos cumula de ternuras; ajude-nos, caro Senhor padre, a
agradecer-Lhe por isso.
Um jovem eclesiástico, conhecido seu, muito
atraído para as obras de caridade de que já se ocupa com predileção, o padre
Auger, nos fez algumas aberturas para associar-se a nós. O Sr. Carbon, que o
dirige, o inclina para este lado; recomendo essa vocação a suas orações e
sacrifícios.
Desejo, caríssimo amigo, que você tenha a alma
bem em paz para o que diz respeito ao futuro; conte muito, mas muito, nunca
será demais, com a ajuda misericordiosa do divino Senhor; Ele quer nossa união,
Ele quer que você tenha ao redor de si ajudantes dedicados e totalmente doados
como você a seu serviço, deixe-O fazer, Ele porá a mão em tudo; se você
soubesse como Ele multiplica os milagres para aqueles que se dão a Ele
inteiramente, e isso tão simplesmente, tão habilmente ao mesmo tempo, que toda
aparência maravilhosa parece apagar-se; refletindo, porém, não se pode errar,
apanha-se em flagrante a mão do adorável benfeitor. Confiança, abandono, se
você caminhar em paz nesse caminho, tudo terá um final feliz.
Não respondi imediatamente às propostas que
você me comunicava relativamente ao afastamento absoluto de sua boa empregada
doméstica. Não estava vendo bastante como você poderia suprir seu serviço; o
meio termo que você pensa em tomar parece-me melhor e mais prudente.
Quanto ao despojamento, o essencial está feito,
já que está consumado em seu coração; para sua realização exterior, ela poderia
ser adiada até o tempo de seus votos; deixaremos, todavia, agir o Espírito
Santo, de quem é preciso seguir os movimentos. Acho bom, de resto, seu modo de
encarar a repartição.
Para a tentação, deixemos latir o demônio, ele
está amarrado, só poderia nos atingir se fossemos voluntariamente a ele; o
divino Mestre, a Santíssima Virgem e nosso bom anjo da guarda vigiam conosco;
como somos bem guardados! Permaneçamos com eles, nenhum mal nos será feito.
Permaneço, caro Senhor padre, assim como todos
os nossos irmãos, bem ternamente unido a você em Jesus e Maria.
Seu todo devotado amigo e Pai,
Le Prevost
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