O
sacrifício de si mesmo, principal mérito da vocação religiosa. Anúncio da
chegada do Sr. Risse para o dia 8 de setembro, dia da Natividade da Virgem
Maria.
Duclair, 28
de agosto de 1861
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Queria
responder no mesmo dia à sua boa e afetuosa carta, e alegrar-me com você pela
graça que Deus lhe fez de desatar um após outro seus laços, para apegar-se a
Ele somente; tenho sempre muitas boas intenções, mas realizam-se
imperfeitamente, por minha culpa sempre um pouco e também pela multidão dos
impedimentos que se põem de permeio com todos os nossos atos. Bendigo ao Senhor
que vai, enfim, aproximá-lo de nós e unir mais perfeitamente sua existência à
nossa. Vem-me às vezes a inquietação de que você encontre somente uma fraca
vantagem nessa união e que não tenhamos bastante alicerce em vida espiritual
para responder às suas aspirações, nem, talvez, bastante meios para ajudar bem
eficazmente sua ação nas obras. Mas consolo-me por este pensamento: haverá, em
todo o caso, uma vantagem assegurada, é a oferta, o sacrifício de si mesmo
generosamente feito a Deus, é a vontade de tudo deixar para Ele, mesmo sua
vontade, mesmo o pouco que se possui, entregando-se a Ele com a confiança do
filhinho nos braços de seu pai. Isso, pelo menos, caro Senhor padre, é bem
assegurado e isso é um grande bem, pois é a marca mais excelente que se possa
dar a Deus de seu amor, e é também um meio seguro para atrair sobre si graças
novas e superabundantes. Tenhamos confiança, portanto, de ambas as partes, caro
e bom amigo, o Mestre ao qual você se dá não é ingrato para com seus servos, e
se não é por nós, indignos, que Ele o recompensará, Ele saberá fazê-lo de outra
maneira bem generosamente. Prometo-lhe, em todo o caso, como nossa fraca parte,
a benevolência cordial e a fraterna afeição de todos com minha dedicação mais
inteira. Parece-me também que nossos esforços combinados e nossas poucas
faculdades reunidas operarão mais poderosamente o bem e que, de volta para
Metz, você sentir-se-á totalmente firmado, e pelo pouco de ajuda que lhe
daremos, e pelo pensamento que, atrás de você, haveria, em caso de necessidade,
outras como que duplicatas suas, para dar-lhe apoio e reforço. Enfim, e acima
de tudo, nosso Deus é o Deus de caridade, não é em vão que Ele nos faz repetir
cada dia este canto de alegria: Ecce quam bonum et quam jucundum... Ele
dará a realização desse doce sentimento na união de coração e de nosso zelo por
sua glória e pelo bem dos pobres, crianças e operários.
Estou
para três ou quatro dias ausente, mas estarei de volta no fim desta semana, bem
antes de sua chegada. Conseqüentemente, acredite bem, caro Senhor padre, que
vamos contar os dias até a festa da Natividade da Santa Virgem, que será para
nós o anúncio de sua vinda; seus jovens amigos de Metz, todo particularmente,
falam constantemente da alegria que encontrarão nela. Continuamos sendo
satisfeitos com suas disposições, creio que você também estará feliz por
reencontrá-los.
Adeus,
caro Senhor padre, você cuidará, não é, de me dizer o momento da chegada do
trem que o trará para cá, a fim de irmos a seu encontro para facilitar-lhe o
caminho da estação até Vaugirard.
Mil
afeições respeitosas de todos, em particular daquele que está feliz por
dizer-se
Seu
devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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