O Sr. de
Lauriston deve descansar. Dificuldades da situação dos irmãos em Grenelle;
entendimento com o Sr. Decaux a esse respeito.
Vaugirard,
6 de janeiro de 1862
Meu
excelente amigo,
Nosso
irmão Georges [de Lauriston] sente há muito tempo um grande cansaço que,
recentemente ainda, lhe ocasionou alguns acidentes bastante graves; acho que é
essencial dar-lhe um pouco de repouso descarregando-o, pelo menos para alguns
meses, da tarefa um pouco pesada para ele que deve desempenhar em Grenelle. Sua boa
mãe, com 71 anos de idade, mulher venerável em todos os aspectos, me escreveu
uma carta instante para me dizer suas vivas inquietações sobre os acidentes
reiterados da saúde de seu filho e me conjurar de tomar algumas medidas para
aliviá-lo. Prometi-lhe ver a isso e acho, com efeito, que convém dar
momentaneamente um pouco mais de calma a esse bom Georges tão dedicado, tão
esquecido de si mesmo. Meu desejo seria de mudá-lo de posição temporariamente e
de dar-lhe alguma função mansa, pouco preocupante, que pudesse lhe fazer
respirar um outro ar e devolver-lhe um pouco de calma. Não me dissimulo que,
durante este tempo, haverá algum problema para Notre-Dame de Grâces e que a boa
influência de seu espírito afetuoso e conciliador fará falta ali; mas
esforçar-me-ei por cobrir sua ausência em toda a medida do possível, fazendo
com que o Sr. Myionnet ou o Sr. Lantiez passem cada dia um tempo bastante
comprido em Grenelle, pelas noites e aos domingos sobretudo, momentos em que
nossos irmãos têm particularmente necessidade de ajuda.
Essa
disposição não será, em certos aspectos, sem vantagens; a multidão de seus
trabalhos levou nossos irmãos de Notre-Dame de Grâce a umas negligências no tocante
à ordem, seu estado financeiro está bastante pesado, suas relações com certos
membros da Conferência, os Srs. Bernard ao menos, não são o que teria almejado
que fossem; enfim, sua posição em relação ao Sr. Pároco está, neste momento, um
pouco tensa. Acho que a presença mais habitual, durante algum tempo, de um
homem mais maduro e mais calmo que eles mesmos são, poderá ser-lhes útil e
ajudá-los a atravessar um momento difícil.
Desejo,
nisso como em tudo, não fazer nada senão de acordo com você; estaria, portanto,
bem agradecido a você, meu caríssimo amigo, se quisesse bondosamente dar seu
consentimento a essa combinação temporária; eu a considero, já há muito tempo,
imperiosamente pedida pelo estado de saúde de nosso irmão Georges, e as vivas
instâncias de sua boa mãe parecem também reclamar algum ato de deferência e de
boa vontade da nossa parte. Enfim, acho que, com as precauções que me proponho
a tomar, sua ausência momentânea será compensada e deixará lugar até para
alguns bons resultados que, presentemente, ele não poderia muito obter por si
próprio.
Aproveito
a ocasião, meu bom amigo, para oferecer-lhe todos os meus votos de ano novo; as
provações que nos golpearam ultimamente não fazem senão me tornar mais queridos
os laços que me ligam a você e a todos os nossos amigos de São Vicente de
Paulo. Vou redobrar, portanto, minhas instâncias junto a Deus para que faça
resultar para a sua glória, como todos nós o desejamos vivamente, tanto
nossos trabalhos como nossas provações, e juntarei meus humildes esforços aos
seus para que nossas obras sofram o menos possível das dificuldades que elas
têm que superar.
Sou
como sempre em Jesus e Maria
Seu
devotado e afeiçoado irmão e amigo
Le Prevost
Respeitos
e afeições ao Sr. Baudon, se o vir antes que eu mesmo o encontre.
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