Votos de
ano novo. Parecer desfavorável do Sr. Le Prevost sobre a admissão de um jovem
professor; é preciso tender a possuir um pessoal homogêneo. O Sr. de Lauriston
vai a Metz para descansar.
Vaugirard,
8 de janeiro de 1862
Caro Senhor padre e filho em N.S.,
O ano novo já começou há uma semana e ainda não
pude dizer-lhe, assim como aos nossos irmãos que o cercam, algumas palavras de
boa afeição, como nos sentimos inspirados de exprimi-las neste momento para com
todos os que amamos. Alegro-me, todavia, bem sinceramente, por me reencontrar
em união de coração, de orações e de obras com você para começar este ano novo,
e agradeço a Deus que, sem olhar minha indignidade, me associou a tantos homens
piedosos e dedicados que procuram apenas sua glória e o bem das almas. Espero
que, com sua graça e suas bênçãos, que imploro cada dia para nossa pequena
família, iremos progredindo na obra que Ele espera de nós; obra múltipla e
verdadeiramente grave, já que inclui, ao mesmo tempo, nossa própria
santificação, a fundação de nossa Congregação e o desenvolvimento das
instituições pelas quais procuramos edificar nossos irmãos.
10
de janeiro. Estava neste ponto de minha carta quando alguém me traz a que você
me escreve de acordo com o Sr. Planchat, relativamente ao professor que lhe é
proposto tomar em sua casa e do qual você esperaria tirar alguns serviços.
As
circunstâncias que são ligadas a esse pedido e as particularidades da situação
do professor em questão me pareceram reclamar aqui uma atenção toda especial;
então, examinei a coisa diante de Deus e pedi também o parecer do pequeno
Conselho que me cerca. Pareceu-me, após essa consideração, que haveria, para sua
casa, muito mais inconvenientes do que vantagens em receber o professor em
questão em sua casa. A fraqueza de sua cabeça, as preocupações de que ele está
cheio, os incidentes e cenas, talvez, que sua tentativa de reaproximação com
sua mulher pode trazer e, de outra parte, o zunzum e a espécie de escândalo que
seus debates com ela já causaram, tudo isso reunido nos parece fazer de sua
introdução em sua casa uma coisa pouco conveniente e que poderia tornar-se
ocasião de muitas dificuldades e contrariedades para você.
Você
já tem, aliás, vários elementos diversos em seu interior; acho que é preciso
tender cada vez mais à unidade, em lugar de juntar materiais com os quais nunca
se poderá fazer um edifício. Nem a casa, nem a comunidade poderão assentar-se
bem alguma vez nessas condições. Prefiro pensar seriamente em mandar-lhe um
ajudante a mais, como você me pediu, em vez de ver um estranho se misturar
ainda à sua vida e a seus trabalhos. Nestes últimos tempos, fizemos alguns
recrutas que parecem bastante recomendáveis; sua chegada nos permitirá, espero,
destacar algum de nossos jovens para dirigi-lo a você. Não desconheço o serviço
que conviria prestar nessa ocasião a um eclesiástico respeitável e a seu irmão
que parece bem digno de interesse. Mas essa razão, qualquer que seja seu peso,
deve ser muito menos encarada aqui do que as conveniências de sua comunidade e
de sua casa. Acho, portanto, caro Senhor padre, que não devemos admitir o
pedido que lhe foi feito. Assim como acabo de dizer, farei com que lhe dê um
pouco de ajuda em breve.
Junto
aqui uma palavra do Sr. Carment. O Sr. Risse volta para Metz domingo à noite;
ele leva o Sr. Georges [de Lauriston] que está cansado e que vai tomar um pouco
de repouso, ao menos provisoriamente, vivendo algum tempo perto do Sr. Risse,
onde estará menos ocupado e menos carregado. Grenelle vai estar um pouco
desprovido, tentamos encher o vazio temporário que causará ali a ausência do
irmão Georges. Espero que Deus nos assista.
Adeus,
caro Senhor padre, diga bem a todos os nossos irmãos nossos votos, nossa
afeição por eles, e acredite, você mesmo, em meu terno e respeitoso devotamento
em N.S.
Le Prevost
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