O Sr. Le
Prevost projeta enviar o irmão Brice a Arras. Notícias de Metz. O padre Braun
vai fazer uma experiência no Instituto.
Vaugirard,
19 de janeiro de 1862
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Não
esqueci o desejo que você me manifestou de ter um irmão a mais para secundar um
pouco o pessoal de que você dispõe e que é insuficiente para seus cargos. Procurei
bem atentamente qual sujeito lhe conviria melhor; parece-me que o irmão Brice
poderia prestar-lhe serviços essenciais, tendo adquirido, por quatro anos de
vida comum, uma grande prática das obras, um hábito particular das vigilâncias
e um apego real à Comunidade. O Sr. Lantiez, que o dirige, está satisfeito com
ele quanto à piedade; enfim, no concernente à sua conduta própria e a seus
relacionamentos, seja no interior, seja por fora, nunca nos deu motivo para
suspeita alguma que pudesse nos dar a menor inquietude. Ele conhece sua casa e
é afeiçoado a você, e muitas vezes ele me manifestou que seu apego por você lhe
tornaria a cooperação em sua obra particularmente agradável. Pode-se objetar
que saiu dessa casa e encontraria ali menos facilidade que outra pessoa para
exercer ali alguma influência; mas faz 5 anos que ele deixou Arras, ele se
tornou homem desde então, adquiriu mais firmeza e constância, e, aliás, a
maioria dos que o conheceram estão afastados. Eis aí as minhas razões para
supor que ele faria o bem perto de você; estão contentes com ele em Grenelle,
mas essa residência sendo bem perto de nós e sob nosso olhar, eu poderia
substitui-lo por um irmão muito jovem e novato que ainda não poderia ser
mandado seguramente para longe. Aí está sempre nossa dificuldade quando
trata-se de dar destinação para muito longe a irmãos muito jovens: nos falta
demais segurança sobre sua consistência, falta-lhes demais a maturidade, só se
pode dar-lhes uma missão temporária cujo resultado fica necessariamente bem
imperfeito.
O Sr. padre Risse voltou para Metz, levando
consigo o irmão Georges [de Lauriston] que sentia uma grande canseira e tinha
necessidade de se encontrar, por um certo tempo, numa posição mais calma e mais
tranqüila; a obra do Sr. Risse sendo muito simples em seus procedimentos será
um repouso para ele. O jovem Luzier lhe foi dado como companheiro. Sua chegada
foi uma sorte de ovação: foram, os três, recebidos com uma afeição e uma
cordialidade verdadeiramente comovedoras. Monsenhor de Metz, em particular, foi
para eles de uma bondade da qual devemos guardar uma grande gratidão. Essa
pequena fundação se faz, portanto, em condições totalmente favoráveis; você
bendirá ao Senhor conosco por isso.
Temos
alguma esperança que um bom padre [o Sr. Braun], parente do padre Risse, com 34
anos, acho, virá, com o consentimento de seu bispo, fazer suas experiências na
Comunidade no decorrer do próximo mês; a coisa ainda não é absolutamente
decidida. Recomendo-o às suas orações e às de nosso caro padre Planchat. Não
escrevo hoje a este bom padre, peço-lhe para lhe dizer que não negligenciei
suas recomendações; lembrei ao irmão Georges que ele tinha prometido 100f para ajudar sua obra, ele
estava muito preocupado com sua saída e suas contas a clarificar; no entanto,
acolheu bem o requerimento que ele reconheceu como fundado; o Sr. Roussel ainda
não me pediu os 5f
para a família recomendada pelo Sr. Planchat, ele adiantou o dinheiro sem
dúvida, o reembolsarei. O Sr. Lantiez deve ter cuidado da Senhora Duhamel que
vejo fielmente cada 15 dias. Saberei hoje do Sr. Lantiez que está em Grenelle e
que vai ali agora todos os dias, o resultado de suas buscas a esse respeito.
Acho que é tudo o que o Sr. Planchat me tinha recomendado. Os trabalhos estão
atualmente bem multiplicados para nós, com certeza é a mesma coisa para vocês;
peçamos o socorro de Deus a fim de que supra nossa insuficiência e se digne
abençoar nossos pequenos esforços.
Adeus,
caro Senhor padre, deveria, quereria ter escrito a todos os seus irmãos, mas
acho que não tenho que me culpar por tê-lo omitido por minha culpa, estamos
verdadeiramente muito ocupados aqui; não esqueço nenhum deles no Santo
Sacrifício, consolo-me também de deixá-los de lado mais do que gostaria,
pensando que eles têm sua direção paterna e que ela provê a tudo; diga-lhes,
por favor, algumas palavras de viva afeição de minha parte, sinto a necessidade
de sabê-los seguros de que nossa cordial solicitude lhes é guardada toda
inteira.
Adeus,
caro Senhor padre, acredite bem, você mesmo, nos sentimentos de respeito e de
devotamento em N.S. de
Seu
afeiçoado amigo e pai
Le Prevost
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