Apreciação
do Sr. Le Prevost sobre um livro. Exortação a se inspirar dele e a difundi-lo.
Vaugirard,
1o de maio de 1862
Meu
caro filho em N.S.,
Agradeço-lhe
por me ter feito conhecer a nova obra da Senhora Dubos, Le Père Fargeau;
é o livro melhor e mais amável que tenha encontrado há muito tempo. Não somente
o percorri, li-o todo inteiro; guardo-o por um ou dois dias, a fim de dar a ler
algumas partes aos nossos Senhores. Tinha bem pressentido que, quando a Sra.
Dubos fizesse alguma obra um pouco consistente, ela sairia da linha vulgar. Há
no seu pensamento algo firme e viril e na expressão uma nitidez e uma precisão
raras. O estudo dos movimentos da alma é penetrante, muitas vezes profundo. Há
com isso um encanto de poesia, um sentimento das coisas de coração e das
belezas da natureza que, quanto a mim, muitas vezes me emocionaram até as
lágrimas. Você fará bem em estudar esse livro para as poucas páginas que tenta
às vezes escrever; a natureza de seu talento teria certa analogia com
aquele, guardadas as devidas proporções, você só poderia ganhar inclinando cada
vez mais para esse caminho.
Adeus,
caríssimo amigo; na ocasião, ofereça meu respeito à Sra. Dubos com meus
parabéns sobre seu livro. É uma boa obra e uma boa ação, ele fará muito bem,
não se saberia elogiá-lo demais e difundi-lo demais. Há, certamente, a meu ver,
alguns traços um pouco forçados, mas em um ou dois trechos somente; e uma
palavra que não me parece feliz, é coisa fácil de se retificar.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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