Casamento
de um jovem operário de Nazareth.
17
de junho de 1862
Meu
caro filho em N.S.,
Comunico-lhe
a carta aqui anexada do Sr. Grillon, tio de futura esposa do Sr. Dup...,
pedindo-lhe para mandá-la de volta para mim, na volta do correio, com suas
observações francas sobre esse bom senhor. Todas as observações do Sr. Grillon
são perfeitamente justas e não são as únicas que se poderia fazer; depois
dessas duas entrevistas, confesso que me perguntei a mim mesmo se esse jovem
era, ao menos, o que se chama de bom rapaz, o que não exclui nem o egoísmo,
nem a secura do coração; ou se era verdadeiramente um homem de coração,
generoso, bondoso, capaz de esquecer-se de si para cuidar dos outros, afetuoso,
suscetível de atenções delicadas e da solicitude que a intimidade da família
pede para que a vida nela seja boa, ordenada e segundo Deus. Já tinha algumas
dúvidas, aumentaram; não quereria ir para frente nesse assunto, em que ele
mesmo parece ir com bastante pouca determinação, sem ter a consciência tranqüila
sobre um ponto tão importante. Deixo de lado as imperfeições da cabeça que me
parece deixar muito a desejar, mas o coração, o que ele é? Aí está minha
pergunta. A falta de educação, de civilidade, de maneiras vem daí ou de outra
fonte? Responda-me, caro amigo, você que o conhece melhor do que eu; aguardo
sua resposta pela volta do correio.
O
irmão Vankenhove acha seu jovem operário bem novo, não fez, porém, observação
alguma. Eu disse uma palavra ao Sr. Hello a esse respeito, perguntando-lhe:
esse jovem tem cabeça, é capaz de levar o fardo de um casamento? Ele não me
pareceu bem certo do fato; examine a coisa diante de Deus, é um assunto grave.
Mil
afeições em N.S.
Le Prevost
Mande-me
de volta a carta do Sr. Grillon.
Escrevo
ao Sr. Halluin para comunicar-lhe as observações do Sr. Hello sobre o momento
da primeira comunhão de Arras.
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