Situação
das saúdes. Movimento de pessoal. Admissão de um postulante que tem encargos no
mundo.
Vaugirard,
5 de julho de 1862
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Demorei
muito para dizer-lhe que tínhamos recebido com viva solicitude a notícia, em
primeiro lugar, de sua doença, e, em seguida, da de nosso irmão Jean
[Gauffriau]. Recebemos, é verdade, quase imediatamente, notícias
tranquilizadoras sobre você ; todavia, eu não teria deixado de
escrever-lhe algumas palavras de encorajamento e de simpatia afetuosa, se um
concurso de circunstâncias não se tivessem jogado de permeio nesse momento.
Fiquei feliz ao saber, pelo Sr. Carment, que você estava agora restabelecido e
que a indisposição do Sr. Jean não parecia ter a mesma gravidade que tivera a
sua. Peço-lhe, no entanto, meu bom amigo, para me escrever logo a fim de me dar
alguns detalhes sobre o estado dele. Eu tinha pensado, como lhe disse na sua
última viagem aqui, em fazê-lo voltar para perto de nós, a fim de descansar um
pouco antes da retomada séria de seus estudos teológicos; sua indisposição
tornará esse descanso ainda mais oportuno ; acho que, pelo fim do mês,
mais cedo se você achar melhor ainda, ele poderia voltar para Vaugirard.
Preciso porém, antes, ver com nossos irmãos, como poderemos fazer para que ele
seja substituído ; direi a você, em breve, qual meio nos parece ser o
melhor ; nossos recursos continuam sendo sempre fracos, face às nossas
necessidades, seja porque estamos muito carregados, seja porque a maioria de
nossos sujeitos são muito jovens ; tomaremos providências, da melhor
forma, para não deixá-lo em apuros.
Nossas
crianças fizeram aqui, quinta-feira, sua primeira comunhão ; não sei se
tinham cuidado de recomendá-las às orações de sua casa ; peço-lhes ao
menos, a você e aos que o rodeiam, para rezarem por sua perseverança ;
elas estavam em excelente disposição e nos deram muita consolação ;
estavam, no total, 53, umas renovando sua comunhão, outras comungando pela
primeira vez.
Vamos
bastante bem aqui e por fora também ; o padre Hello está em Arras onde dá
o retiro de primeira comunhão. Nosso novo eclesiástico, o padre Braun, está se
situando bem entre nós, mas já está quase todo absorvido pela obra dos Alemães em Grenelle. Um outro
[V. Marty], muito amável e capacitado, se apresenta ; infelizmente, na sua
confiança e por um amor filial talvez pouco demais refletido, ele respondeu por
seu pai até à uma importância bastante considerável ; receio que haja
nisso um obstáculo difícil de ser superado, porque não poderia muito ser tirado
a não ser impondo à Comunidade sacrifícios bastante pesados ;
examinaremos, todavia, o assunto diante de Deus porque, na opinião de seu
diretor, homem dos mais esclarecidos, o lugar desse jovem e piedoso padre
recém-ordenado seria no meio de nós ; se o Senhor intervir, os obstáculos,
embora graves, não pesarão bastante para impedir a união de se consumar. No
caso em que esse sujeito, verdadeiramente de escolha, de caráter muito flexível
e muito conciliante, de grande piedade sobretudo, falando bem, lhe fosse
destinado, será que você achará possível impor a si mesmo algum sacrifício,
durante dois ou três anos, para ajudar a libertá-lo de seus compromissos ?
A Senhorita de Lupel e o bom Senhor tão bondoso (esqueço seu nome) não fariam
também algum sacrifício para assegurar-lhe uma tão preciosa vantagem ? Eu
ficaria muito contente se você examinasse a coisa para que eu possa combinar os
diversos meios que haveriam de se realizar se tivessemos de resolver
definitivamente pela afirmativa a questão de sua entrada entre nós.
Adeus,
meu excelente amigo, mil afeições aos nossos irmãos, ao irmão Jean todo
particularmente ; eu queria escrever-lhe duas palavras, tenho medo de não
achar o tempo hoje : o coração não falta, mas estou ficando vagaroso na
ação ; estou também mais carregado aqui, o padre Lantiez estando agora em Grenelle. Acredite bem, meu bom amigo, em todos
os meus sentimentos de terna afeição em N.S.
Seu
devotado amigo e Pai
Le Prevost
P.S .
A importância pela qual o bom padre respondeu ultrapassa 8.000f. Ele
conservaria a responsabilidade da dívida e se reconheceria regularmente devedor
da Comunidade na medida em que esta lhe fizesse adiantamentos ; talvez,
reunindo nossos recursos, chegaríamos a cobrir essa dívida tão corajosamente
contraída.
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