Envio de paramentos litúrgicos e outras coisas
para a ordenação do irmão Gauffriau. Evitar as desigualdades de humor. Não
fazer sair alguém de sua condição quando a vocação não parece certa. Notícias
dos irmãos.
Vaugirard,
11 de novembro de 1862
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Envio hoje
pela estrada de ferro o paramento verde, bem simples, como o anunciei a você,
mas decente, dois sobrepelizes que usava o Sr. Jean [Gauffriau] e que poderão
ser reformados se não estivessem, para as mangas, conforme os seus usos locais,
os sapatos e, enfim, as peças ou atas de que o Sr. Jean pode necessitar para
sua ordenação. Talvez eu tenha que acrescentar a isso sua excorporação; se essa
peça é necessária, você me informará, a enviarei. Eu estava bem persuadido de
que esse caro filho se daria bem em sua casa; tenho também plena confiança de
que ele continuará a dar satisfação a todos aqueles que o cercam. Ele é, de
costume, de caráter muito sociável e inclinado a toda boa vontade.
Lamento que
nosso jovem irmão Luzier se mostre de humor tão variável, faça tudo o que puder
para esclarecê-lo sobre o inconveniente de uma tal maneira de ser, para ele e
para os outros; espero que, com a ajuda de um pouco de experiência, ele se
corrija e que a piedade sobretudo supere nele as impressões da natureza. Junto
aqui uma palavra para ele, a fim de encorajá-lo nos esforços que deve fazer
para vencer a si mesmo.
Desejo que
o Sr. Jean siga os avisos dos Srs. Diretores do Seminário para sua ordenação
definitiva; ficarei bem feliz por vê-lo padre, mas acho que é preciso que ele
adquira a instrução indispensável; você me dirá qual é, a esse respeito, seu
pensamento e o dos Srs. Diretores.
Não posso
deixar de escrever uma palavra ao Sr. Joly que me tinha pedido insistentemente
para ver se ele poderia achar trabalho aqui como relojoeiro, a fim de estar um pouco
de tempo perto de nós para estudar seriamente sua vocação; mas não quero nem
empurrá-lo, nem apressá-lo em nada, desejo vivamente que ele faça a vontade de
Deus e acreditaria faltar contra o espírito cristão e religioso se eu o fizesse
sair de sua condição, sem indícios certos de um chamado de Deus. Parece-me que,
se ele tivesse decididamente a vontade de vir aqui, o Sr. Jean poderia em
grande parte substitui-lo perto de suas crianças.
Estou bem
satisfeito que você tenha exprimido a Monsenhor de Metz toda a minha gratidão;
deveria, talvez, ter-lhe escrito, mas deixei passar o momento propício para
isso e agora seria bem tarde; encontraremos nova ocasião.
O Sr. André
[Brouant] lhe manda uma palavrinha de explicação sobre a reclamação da Sra.
Bosmel. Ele parecia triste por isso; sua mãe tem somente 45f de renda, é muito pouco.
Acho que o
Sr. Jean deve se confessar a você ordinariamente e, de vez em quando, fazer um
pouco de direção como seminarista com o Sr. Noël, e, de longe em longe se
confessar a ele, se o Sr. Noël parece achar bom; com efeito, para o próprio Sr.
Jean, não vejo outra vantagem nisso a não ser pôr mais intimidade entre esse
bom Senhor e ele.
Adeus,
caríssimo amigo, mil afeições a nossos irmãos, inclusive Ferdinant [Bosmel], e
também aos jovens coadjutores e ao Sr. Joly, a todos em uma palavra.
Seu amigo e
Pai em N.S.
Le Prevost
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