O Sr.
d’Arbois sofre pelo regime do Seminário. O Sr. Le Prevost o incita a pedir a
licença de descansar em Vaugirard antes de sua ordenação. Sua própria saúde se
mantém; o P. Hello, “mais cansado que ele”, está em Chaville para recuperar
forças.
Vaugirard,
17 de fevereiro de 1863
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
A
melhora momentânea que você ressente é toda acidental, vem do tempo mais seco e
mais fortificante que atravessamos; mas essa superexcitação é factícia, no
menor abrandamento da temperatura, você recairá na lassidão em que você estava
antes e que era para todos nós um indício da necessidade que você tinha de um
descanso prolongado. Nas proximidades da ordenação, você terá diversos
exercícios e enfim o retiro que não deixarão de ser um pouco cansativos; não é
mais sábio preparar-se para essa santa prova do que expor-se temerariamente a
não poder suportá-la bem ou a não poder suportá-la de jeito nenhum? Peça então,
caro amigo, ao Sr. Carrière, da minha parte, a licença de voltar
momentaneamente para perto de nós; peça, em meu nome também, ao Sr. Icard, se
precisar, para apoiar esse pedido. Estou tão convencido de que ele é fundado
que não hesitarei em chegar eu mesmo junto ao Sr. Carrière para submetê-lo a
ele, se você achar que a coisa encontra dificuldade; prometi a seu bom pai que
essa licença não lhe seria recusada. Tenha certeza de que seus Superiores são
bons demais e sábios demais para não condescender a um desejo que acreditamos
unicamente inspirado pelo sentimento de suas necessidades de corpo e de mente.
Agradeço-lhe,
caríssimo amigo, por suas solicitudes sobre minha saúde; estou bem refeito do
mal-estar súbito causado pela impressão violenta do frio. Nosso caro
padre Hello está mais cansado do que eu; apesar de sua coragem habitual, teve
que ceder; ele está há alguns dias em Chaville onde seu estado de esgotamento
nervoso vai obrigá-lo a fazer uma estada um pouco prolongada; ele espera voltar
a Nazareth para o fim da Quaresma, tempo em que seu ministério seria o mais
necessário; cuidam dele da melhor forma possível em Chaville onde ele se acha
bem; o Sr. Planchat o substitui momentaneamente em suas obras.
Você
não saberia imaginar, caro amigo, quanto o ministério cansa e como é necessário
que você não desgaste suas forças até o fim, se quiser não se reduzir à inação
absoluta por períodos indefinidos. Mal saído do Seminário, o Sr. Planchat
esteve, durante perto de dois anos, numa impotência quase inteira; procure
evitar, por um pouco de precaução, um tão grave inconveniente.
Adeus,
caríssimo amigo, até logo, espero. Escreva-me se você julgar útil que eu vá
pessoalmente ver seu venerado Superior.
Seu
todo afeiçoado amigo e Pai em N.S.
Le
Prevost
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