Resposta a
uma proposta de estabelecer “um pensionato pagável”. Quais são as obras
específicas do Instituto. Lugar do irmão leigo em nossas obras. Reticência em
encaminhar para o sacerdócio, quando “os sinais de vocação podem parecer
duvidosos”.
Vaugirard,
26 de julho [1864] Santa Ana
Senhora,
Fico
sempre feliz quando se apresenta uma ocasião de tratar algum assunto com a
Senhora, pois se pode ter a certeza, de antemão, de que se trata da glória de
Deus e do bem das almas. Um pesar, somente, pode então misturar-se à
satisfação, é este em que me encontro agora, achando-me na impossibilidade de
concorrer à boa obra de que a Senhora quer bondosamente me falar.
Nossa
Comunidade não estabeleceu até agora, e não se propõe estabelecer pensionatos
pagáveis. Cuidamos unicamente das classes operárias ou pobres. Temos orfanatos
onde uma certa pensão é paga pelos protetores ou os apoios naturais das
crianças, mas essa pensão é tão inferior às despesas ocasionadas por essas
crianças que uma metade mais ou menos dos encargos nos é deixada. A localidade
onde alguns irmãos seriam desejados exigiria, além disso, que se estabelecessem
escolas. Limitamo-nos até agora, quanto às obras de fora, aos patronatos dos
aprendizes e dos jovens operários ou às associações das famílias operárias,
ditas Santas Famílias. Não saberíamos, portanto, prover as necessidades em
questão, mesmo que tivéssemos pessoas disponíveis, o que é mais do que
duvidoso.
A
nosso redor, vemos unicamente os Irmãos das Escolas Cristãs que poderiam convir
para essa boa obra, mas não acho que seja possível decidi-los a aceitar a
posição que lhes seria feita na paróquia que a senhora nos designou.
Procurarei, todavia, de diversos lados, verificar se existem alguns outros
meios e, se puder descobri-los, apressar-me-ei, Senhora, em informá-la.
Agradeço-lhe
por suas boas intenções em relação ao jovem da diocese de Rennes. Poderíamos recebê-lo
certamente, segundo suas boas recomendações, mas tudo nos deixa pensar que,
neste caso, ele deveria ser somente irmão leigo. Nossas obras deixam um espaço
amplo e bom para o zelo dos que ficam nessa condição. Veríamos, salvo
raríssimas exceções, chances pouco favoráveis, tanto para a Comunidade como
para os próprios jovens, em encaminhá-los para o sacerdócio quando os sinais de
vocação podem parecer duvidosos.
O
Sr. Georges [de Lauriston] está feliz pela boa lembrança que a Senhora lhe
concede, feliz também por ser informado da boa volta e da perfeita saúde da
Sra. de Lauriston. Peço-lhe, Senhora, para fazer aceitar a esta última e, no
caso da própria Senhora, para receber a homenagem do respeito com o qual sou
Seu
humilde e respeitoso servo em N.S.
Le Prevost