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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 901 - 1000 (1863 - 1865)
    • 952 - ao Sr. de Varax
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952 - ao Sr. de Varax

O Sr. de Varax está em férias na família, antes de fazer sua teologia em Saint Sulpice. O Sr. Le Prevost lhe alguns conselhos concernentes à oração e à disciplina pessoal. Lugar do sentimento em sua vida de Pai de família. O Sr. Le Prevost vai ausentar-se em Duclair na casa de sua irmã. Ele recebeu uma carta do Sr. Chaverot: “o estilo é o homem”.

 

Vaugirard, 23 de agosto de 1864

 

Caríssimo filho em N.S.,

 

Não preciso de secretário para lhe escrever; não colocarei muita coisa, sem dúvida, por causa dos incômodos freqüentes demais que me acontecem, mas contarei ao menos as novidades,  se é verdade que, não havendo nada de novo a dizer, se possa usar essa palavra.

 

Todos e tudo vão como na sua saída, sem mudança nenhuma, a não ser o vazio que faz sua ausência, vazio sentido sobretudo pelo coração. Os de Chaville me diziam na minha chegada: “Nós o deixamos com lágrimas nos olhos”. Em Vaugirard, tinham também expressões de pesar: “É somente para algumas semanas, diziam, sim, mas depois vem o Seminário. É por isso que essa ausência pesa mais do que de costume, a pequena escondendo uma grande. Que o santo nome de Deus seja bendito! Para mim, caro filho, se quiser que exprima também meu sentimento, confessarei  que o sacrifício me é penoso em vários aspectos, porque me fiz um doce hábito de tê-lo, porque você tinha tomado seu lugar em Chaville e que essa pequena casa, mal assentada num início de constituição, precisaria guardar alguns elementos para cimentar seus fundamentos, porque, enfim, o Seminário é bem demorado e que, vendo entrar nele meus mais queridos filhos, pergunto a mim mesmo se estarei ainda aqui quando saírem. Tudo isso, claro, permanece no estado de sentimento e é assumido pela vontade somente em medida regrada; mas o sentimento ocupa seu lugar em nossa vida, grita, embora se submetendo. Felizmente, o pensamento de Deus domina tudo, e aí se reencontram a paz e a aquiescência.

 

Estou muito feliz pelas boas e afetuosas disposições de todos seus venerados parentes. Para mim, é uma alegria vê-lo amado, porque sei que você irá referir ao Senhor essas consolações e santificá-las nele. Estou tranqüilo sobre os efeitos em você das alegrias de família, distrações das viagens e impressões dos movimentos multiplicados, porque você guardará a presença de Deus, porque será fiel à oração e terá ainda um pouco de regularidade através de tudo, e que assim o amparo não lhe faltará.

Exorto-o a fazer tudo o que puder para ter uma verdadeira estação de banhos e a não esquecer de que este é o objetivo principal de sua viagem.

 

Eu mesmo vou fazer uma peregrinação de alguns dias. Um negócio importante para os interesses de minha irmã me obriga, como eu tinha previsto, a ir para junto dela, por uma meia-semana ou um pouco mais. Na volta, teremos aqui a adoração, e em seguida irei, sem dúvida, a Amiens.

 

Recebi uma boa, cordial e ingênua carta de nosso caro amigo Chaverot, com uma pequena epístola também para você. É bem verdade dizer que o estilo é o homem. Com  um pouco de estudo, um olho exercitado penetra bem, numa correspondência, o fundo íntimo de quem a escreveu.

 

Então, caro filho, faça esse estudo sobre minha própria carta; se você não encontrar nela uma terna e paterna afeição por você, uma boa esperança por seu futuro, uma confiança firme em seu perfeito apego pela pequena família à qual Deus o associou, digo que você não sabe espremer as palavras para fazer sair delas o suco. Ou, antes, caro filho, não digo isso, já que essa ciência, você a tem, demais às vezes e sua própria penetração se torna  um obstáculo, como a luz excessiva que impede enxergar.

 

Adeus, caríssimo filho, continuo, sem nunca falhar, minha Ave Maria da noite em sua intenção; colocarei outra em certo instante do dia para sua viagem, terei provido assim seus dias como suas noites. Todos lhe dizem suas cordiais afeições; abraço-o por eles e por mim do melhor de meu coração.

 

Seu amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

Ofereço meus respeitos àqueles de seus venerados parentes que não os desprezariam; asseguro-os pelo menos de minhas orações, que eles são cristãos demais para recusar.

 

 




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