O Sr. Le
Prevost dá notícias do Instituto. Ele está feliz por constatar as boas
disposições da família de Varax. Convite a se entregar nas mãos de Deus.
Vaugirard,
16 de setembro de 1864
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Na
mesma hora em que você parte para as peregrinações que me indicou na sua última
carta e que devem, de etapa em etapa, trazê-lo de volta a Paris, escrevo-lhe
estas duas palavras, no pensamento de que você as pedirá em Amiens,
posta-restante, como você pretende fazer.
Em
primeiro lugar, nossa casa de Amiens está situada perto da estação da estrada
de ferro, rua de Noyon, no 32.
Em
segundo lugar, se você receber esta carta bastante cedo, poderei, como em
Duclair, vê-lo um momento em Amiens, pois me comprometi, há alguns dias já, com
o Sr. Caille em fazer-lhe uma pequena visita na terça-feira. Chegarei
provavelmente em Amiens às 1h.30 ou pelo trem seguinte, às 3h. Conto passar o
dia de quinta-feira com nossos irmãos de Amiens e voltar sexta-feira cedo a Paris-Vaugirard.
Até
agora não recebi nenhuma notícia sobre a volta de nosso irmão Chaverot; acho
que se sai como pode dos obstáculos e que vai nos dar logo sinal de vida, ou
por carta, ou chegando ele mesmo.
Alegro-me,
caro filho, vendo como acata no bom sentido a decisão de seus pais sobre sua
estada no Seminário. Seja bem persuadido, mas verdadeiramente convencido de
que, de meu lado, não tenho a menor contrariedade por causa disso. Uma só coisa
poderia ter-me entristecido, teria sido o pensamento de que havia, nessa
determinação, alguma má vontade contra nós. Ora, não vejo a menor aparência
disso; é, para eles, um ponto de vista, uma maneira qualquer de se representar
as coisas, e nada mais. Se eles se acham melhor satisfeitos assim, que sua
vontade se faça, não seremos contra. Para a questão financeira, não se preocupe
de jeito nenhum. Mesmo se seus bons pais não fizessem, um pouco mais tarde,
para o Seminário o que fizeram para Chaville, onde, afinal, pagaram
perfeitamente bem sua estada, a Comunidade tem condições, graças às bondades do
Senhor, para prover tudo o que pedir o tempo de seus estudos. Esteja
perfeitamente descansado, sem um pesar, nem uma preocupação sobre esse ponto.
Seria uma ofensa ao Pai Celeste que provê tão misericordiosamente todas as
nossas necessidades. Para os poucos objetos que você usa, receba tudo o que lhe
for dado, mas sem insistência, para guardar essa santa liberdade que Deus dá a
seus filhos, para que estejam na sua única dependência. Veja como tudo se
resolve para o melhor quando nos entregamos em suas mãos. Será que Ele não
conduziu bem seus negócios a partir do momento em que você se deu a Ele?
Permaneçamos sob um tão doce, um tão sábio, um tão paternal regime: Omnia
cooperantur in bonum diligentibus Deum [tudo coopera para o bem dos que
amam a Deus]. Que verdade, verdadeira, profunda, consoladora!
Tivemos
em Chaville, na quarta-feira passada, uma encantadora festa de família, para
encerramento (um pouco atrasado) das férias. Nossos perseverantes latinistas
tinham, em seus lazeres, aprendido de cor les Plaideurs [os
Pleiteantes]. Improvisaram, com a colaboração de nossos artistas, cenários e
costumes; depois, às 11h.1/2, todos os irmãos de Grenelle, Vaugirard
e Nazareth chegaram; almoço de família, mais de 60 reunidos (perseverantes de
Chaville incluídos); depois, passeio pelo jardim, em seguida Conselho
das Obras de bom tom e interessante; descanso, e enfim, às 5h.1/2,
um pouco de música e apresentação bem sucedida, alegre, bastante bem executada.
Não tínhamos gente de fora, senão o Sr. Pároco. No jantar, éramos 68. Dia com
temperatura excelente, noitada ao luar na volta, nada faltou, o desafogo era
geral, todos os corações bendiziam a Deus. O Sr. Pároco, vendo com que
simplicidade os irmãos se despediam, quis participar e nos abraçou com uma
cordialidade que vinha evidentemente do melhor dele. Você nos fazia falta, mas,
lendo estas linhas, você estará ali retrospectivamente (que palavra
comprida!) e participará bem afetuosamente.
Obrigado
pelo seu bom pensamento a respeito do pequeno Chonard; ele ia completamente bem
no fim; nossos irmãos o trouxeram de volta consigo a Vaugirard.
Adeus,
caríssimo amigo, todos vão bastante bem, o aguardam impacientemente e reverão
com alegria quem escreve mais do que todos os outros. Abraço-o nos Corações de
Jesus e de Maria.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
N.B.
Segunda-feira 19, temos na Salete a solenidade costumeira; você terá pensado
nisso.