Dificuldades
da vida comunitária e apostólica. O Sr. Le Prevost encoraja o Sr. Guillot a
aceitar “a cruz que Deus nos colocou nos ombros, aguardando que Ele mesmo a
retire”. Que ele exercite-se na submissão para triunfar de sua rigidez e de sua
impaciência. Recorrer aos meios espirituais. Rezar pelos que o contrariam.
Vaugirard,
25 de novembro de 1864
Caríssimo
filho em N.S.,
Boa
coragem! Entendo bem suas dificuldades e as partilho, mas, você sabe, quando se
foge da cruz por um lado, ela aparece de outro lado. O melhor é levar a que
Deus nos colocou nos ombros, aguardando que Ele mesmo no-la retire. Eu não
deixaria um irmão que estimo e que amo num posto onde me diria, após reflexão
madura, que lhe é impossível suportar seu fardo; mas somente se deve chegar a
tais extremidades na impossibilidade absoluta de agir de outra forma. Que
edificação às avessas, para a cidade e para os que se interessam pela obra,
verem a Comunidade tão pouco consistente, mudando a cada instante seus
sujeitos, porque não têm força e paciência suficientes para suportar algumas
contrariedades, tais como se encontram quase em todo lugar: mal-entendidos,
falta de simpatia e, para melhor dizer, falta de calma, de domínio de si
próprio, falta de suporte e de misericórdia recíproca.
Você
se queixa com alguma razão de ser um pouco rígido e impaciente, mas como
adquirirá as virtudes de que precisa sob esse aspecto, mais flexibilidade, mais
condescendência e mais mansidão? Unicamente fazendo exercícios de paciência e
de submissão. Recorra também, e antes de tudo e com muita insistência, aos
meios espirituais. Quando você se sente emocionado e irritado, levante
interiormente o coração para Deus, vá à capela, se puder, reze pelos que o
contrariam, invoque seus anjos da guarda, é um meio infalível, e reze também ao
seu. Garanto-lhe que, se usar desses meios de fé, você se tornará totalmente
dono de si mesmo, e duplicará, conseqüentemente, seus meios de servir a Deus e
de glorificá-Lo. Esses motivos bastarão para um coração que tem uma fé sincera
como tem o seu. Estou, portanto, sem inquietude e conto muito que você não
demorará a se achar calmo e consolado. Vou rezar de toda a minha alma nessa
intenção.
Abraço-o
afetuosamente.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost