O Sr. Levassor
abandona o projeto de associação. Proposta de um cargo de escrivão. Se tivessem
que se separar, permanecerem unidos em Jesus, o amigo comum. Esperança de ver a
Obra dos jovens detentos dar frutos. Senhoras assistidas pela Conferência.
Paris, 17
de setembro de 1834
Não poderia dizer, falando a verdade, meu caro amigo, que sua carta não me
tenha dado uma certa tristeza. Eu tinha posto meus pensamentos, minhas
esperanças nesse projeto e não é sem algum desapontamento que vejo, de um
sopro, o castelo derrubado. Mas, posso dizer também, tinha desejado a
realização de nossos propósitos somente na medida em que estivessem na vontade
de Deus e que se conciliariam plenamente com seus próprios desejos, com
seus deveres, seus interesses. Se tudo isso e, antes de tudo, o apelo de Deus o
levam para outro lugar, que sua vontade seja feita, siga seu caminho, meu
amigo, e tenha a certeza de que meus votos bem ardentes, minha bem viva
simpatia o acompanharão constantemente. Não escrevi ao Sr. Dufour de quem
ignoro o endereço. Mandei perguntar na casa dele se não haveria uma carta para
mim, da parte dele, mas não acho bom provocá-la diretamente, na incerteza (mais
que incerteza) na qual a situação em que você se encontra põe, doravante,
nossos acordos feitos com ele. Se ele me escrever, segundo sua promessa,
combinaria com você a resposta. Se, ao contrário, o que não presumo, seu parecer
mudou, penso que é preferível deixar-lhe a iniciativa da ruptura.
O Sr. Gardet, que veio estes dias em casa, onde não me encontrou, deixou
algumas linhas a fim de pedir-me para fazer uma comunicação a você em nome
dele. Um escrivão ligado ao Tribunal de primeira instância em Paris oferece ao
Sr. Gerbet fazê-lo ganhar 600 francos e mais cada ano para um trabalho
bem leve e muito fácil. Porém, o Sr. Gardet, decidido a não se ocupar de
jeito nenhum, nem um pouco, de prática, vai recusar essa proposição; mas ele
pensa que ela poderia agradar-lhe. Nesse caso, aceitaria, combinando com
você o trabalho a partilhar, se lhe é possível tomar parte. No caso em que suas
aberturas para Orléans não tivessem êxito, talvez isso lhe conviesse. Eu teria
medo somente, embora o Sr. Gardet não tenha acrescentado nada sobre isso, que
houvesse inconveniente em adiar demais a resposta ao escrivão em questão.
Obrigado, meu caro amigo, pela boa lembrança que me concede em suas
encantadoras excursões, pela parte nelas que tem a bondade de me desejar.
Meu pensamento tem asas, mas meu corpo tem correntes. Na falta de um, ponho ao
menos o outro a segui-lo para fazer-lhe fiel companhia. Terei muita alegria em
revê-lo, quando de sua passagem por aqui; será para bem pouco tempo, para uma
longa ausência em seguida, e, quem sabe, talvez para sempre. Meu Deus, como os
laços terrestres duram pouco, e que grande necessidade temos, não é verdade,
meu amigo, de fazer amizade, de estabelecer fraternidade com Jesus Cristo,
irmão, amigo que sempre temos aí, que nos acompanha em todos os lugares e que
reencontramos novamente no mundo ao qual tendemos. Se o tempo nos separa, meu
amigo, possamos ali, ao menos, reencontrar-nos em parceria com esse amigo
comum.
Seu bem devotado em J.C.
Le Prevost
A Sra. Delatre parte ou já partiu para Rouen, você a encontrará,talvez. Nossos
meninos, rua dos Grès, vão bastante bem; essa obra o interessaria vivamente,
pois você muito semeou deste lado e, se colhermos um pouco, teremos que
agradecer a você por isso. A boa Sra. Meslin60 não me tinha dito nada,
mas levarei em conta o aviso.
|