Precisões
sobre o projeto de fundação em
Angers. O Sr. d’Arbois previsto como superior da nova
comunidade.
Vaugirard,
11 de março de 1865
Monsenhor,
Todas
as vezes que se trata seriamente para nós de algum empreendimento novo, o
desejo do bem, espero, e talvez uma certa necessidade de fazer ato de vida, nos
levam a nos lançar para frente. Mas, quando chegamos ao exame de nossos
recursos, ficamos parados por nossa fraqueza e nossa incapacidade. Foi o que
aconteceu ainda na circunstância presente, em conseqüência da proposição que
sua paterna bondade nos fez de tomar alguma parte nas boas obras de sua
diocese. Porém, Monsenhor, como tínhamos aqui tantas razões para lhe dar um
sinal de nossa deferência e de nossa terna gratidão, tentamos todos os meios e
chegamos, não sem dificuldade, a um esquema que parece poder responder às
exigências das obras que Sua Excelência consentiria em nos confiar. Sobram para
nós, é verdade, algumas dificuldades a aplanar, mas as submeterei a Sua
Excelência, e sua prudência julgará.
Faço
o propósito de partir para Angers no início da semana, na terça-feira,
acredito. Quero conversar diretamente com Sua Excia. sobre o importante assunto
que nos ocupa. Terei a honra de apresentar-lhe o Sr. padre d’Arbois de
Jubainville, atualmente capelão de nossa Casa dos jovens operários de Nazareth.
Ele me pareceria próprio para desempenhar as funções que o Senhor nos destina.
Tem somente 28 anos, mas tem maturidade, uma grande retidão, talentos e cultura
de espírito muito apropriados, uma piedade e uma virtude pouco comuns. Confio
que, com a ajuda de seus conselhos, amparado por sua benevolência, ele faria,
sem barulho, mas tranqüila e seguramente, seu lugar nas obras que teria para
dirigir.
Não
preciso dizer-lhe, Monsenhor, que não há lugar onde nos seja mais atraente nos
estabelecermos do que aquele onde estaremos sob sua jurisdição. Exclamaremos,
com certeza, como no evangelho de amanhã: “Senhor, é bom estarmos aqui,
montemos três tendas”368. Quanto a mim, tenho um só pesar: nenhuma
dessas tendas será para mim. Mas como iria me queixar, já que meus filhos lá
estarão, e eu mesmo vou fazer-lhe uma visita daqui alguns dias e solicitar mais
uma vez seus conselhos, seus encorajamentos e sua paterna bênção.
Sou,
Monsenhor, nesta espera, com um profundo e terno respeito
Seu
humilde servo e filho em N.S.
Le Prevost
Padre
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