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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 901 - 1000 (1863 - 1865)
    • 988 - ao Sr. Risse
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988 - ao Sr. Risse

A vida de comunidade em Metz. Seriedade do apostolado junto aos jovens. Esforço de cada um para dominar os ímpetos da natureza. Espírito de sacrifício do Sr. Risse. Seria a corrigir: “um pouco de disposição à censura antes que ao encorajamento”. LP. poderia retirar um irmão para nomeá-lo em Angers. O Sr. Le Prevost fala de sua felicidade de trabalhar e de sofrer por Deus: “há tanto a expiar, tanto a pedir, tantas ações de graças a dar”.

 

Vaugirard, 28 de março 1865

 

Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Estou atrasado para lhe responder. Sua carta, afetuosa e boa como sempre, pedia um pronto retorno e eis que, bem contra minha vontade, faço-o aguardar. Perdoe-me, caríssimo amigo. Neste inverno, estive, mais do que de costume, carregado de negócios e de mil cuidadosquase todos aborrecidos e penosos, que nos tornaram a vida rude e penosa. Nestes dias, em particular, tive muitos transtornos. Uma pequena viagem feita a Arras, como o Sr. Lantiez lhe disse, me atrasou ainda; em uma palavra, tinha sua carta sob meus olhos, minha vontade lhe respondia mas não encontrava meio nenhum para secundá-la.

 

Estimo muito, caríssimo amigo, que a visita do Sr. Lantiez lhe tenha feito algum bem; ele tem uma grande afeição por todos vocês. Voltou contente, por causa  do que tinha visto e ouvido. Seus bons jovens o comovem por sua retidão e seu instinto do bem. Ele os acha sociáveis e fáceis de conduzir. Julga bons, também, no conjunto, os procedimentos da obra. Ela já produz muitos frutos. Tenhamos confiança: pela paciência e com a graça de Deus, produzirá mais ainda.

 

Para a vida interna de sua comunidade, ele só encontra bons elementos. Confia que, se cada um continuar fazendo sinceros e corajosos esforços para dominar os ímpetos da natureza, a paz e a caridade reinarão entre vocês. Faz justiça a seu generoso espírito de sacrifício, à sua cordial e constante boa vontade; há em você, diz ele, uma alma de Pai. Como única parte atribuída à imperfeição, ele pensa que o peso de sua responsabilidade, de seus cargos, das dificuldades de cada dia o esmaga bastantes vezes e torna um pouco sombrio seu humor. Daí, talvez, um pouco de disposição à censura antes que ao encorajamento dos que o cercam, alguma dificuldade também para suportar a contradição. Você tomará, caríssimo amigo, essas observações como as dou e como as apresenta o próprio padre Lantiez. É o tributo que paga nossa humanidade à sua fraqueza, é o defeito que têm, sem dúvida, mais do que você, aqueles que os assinalam aqui no outro. Aliás, não há muita necessidade de lhe assinalar os poucos pontos defeituosos que se podem encontrar em você: você é o primeiro a acusá-los e a corrigi-los da melhor maneira possível. Deus e sua graça nunca abandonam as almas desejosas de se emendarem.

 

O Sr. Lantiez parecia acreditar que o Sr. Jean [Gauffriau] cuidaria com mais interesse ainda dos jovens, se você lhe desse alguma parte na sua direção e conduta espiritual. Se ele é jovem nas coisas indiferentes, não poderia sê-lo no que diz respeito ao bem das almas; teria também, sem dúvida, a prudência de consultar se, na ocasião, encontrasse algum caso difícil.

 

Tenho medo, apesar de todo meu desejo de lhe poupar as contrariedades, de ser obrigado a lhe pedir de volta (ficando sujeito a substituí-lo) o Sr. Guillot ou o Sr. Jean, o primeiro de preferência. Não é algo decidido, pois sua negativa para essa disposição é de um grande peso para mim. Tento todo tipo de combinações, não vejo nenhuma boa, mas peço a Deus para me iluminar. Poupar-lhe-ei essa contrariedade, se puder; senão, esforçar-me-ei por substituir da melhor forma possível aquele que tiver retirado de Metz. Você sabe que é para Angers que se elabora o envio de uma pequenina colônia. Mais vale, acho, não divulgar esse projeto. Sabe como vão os negócios do Sr. Morel? O Sr. Lantiez lhe propôs como substituto o Sr. Boucault, que a morte de seu pai e outras circunstâncias obrigam a tomar uma posição que lhe crie alguns recursos. É um homem inteligente, de uma rara delicadeza e muito ativo, suficientemente instruído, com bom desempenho na correspondência. Acho que uma função como a do Sr. Morel lhe seria absolutamente apropriada. Se o Sr. Morel se decidisse logo, fazendo um postulantado prolongado em sua casa, poderia talvez preencher um vazio, ou prestaria o mesmo serviço em uma outra de nossas casas? Diga-me como vão as coisas.

 

E Vion, o que acontece com ele? Se fossem as despesas de viagem que lhe causassem dificuldade, você poderia adiantar-lhe o que lhe faltasse, e eu o reembolsaria  imediatamente, mas fazendo-o entender que seria na medida dos serviços que prestaria a nossas obras.

 

É tarde, devo terminar; estou tão ocupado durante o dia que, na prática, tenho somente horas livres à noite. E, no entanto, nada de queixa, não somos felizes demais, trabalhando um pouco, sofrendo um pouco por Deus? Temos tanto a expiar, tanto a pedir, tantas ações de graças a dar e tão pouco a oferecer por tudo isso. Digamos com Tobias: Se temos pouco, o que temos, demo-lo de bom coração.369

Mil ternuras a você e a todos; nossos retiros começam em todo lugar, rezemos muito para que o Senhor faça uma ampla messe de corações.

 

 

Seu todo afeiçoado amigo e Pai em Jesus, Maria e José

                                               Le Prevost

 

O Sr. Faÿ pensa que Cauroy poderá vir aqui em data bem próxima. O Sr. Jean se acharia aliviado por isso mesmo, não tendo mais aula a lhe dar.

 

 





369 Cf. Tb 4,8.





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