Prudência
com um padre que procura se estabelecer na casa de Amiens. Saída do padre Mangot,
colaborador chegado do Sr. Caille. O médico do Sr. Le Prevost quer mandá-lo
tratar-se.
Chaville,
19 de junho de 1865
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Sofria,
com efeito, por não ter notícias suas há demasiado tempo. Os detalhes que me
dera nosso irmão Marcaire na sua última viagem me tinham tranqüilizado, é
verdade, sobre a situação de todos e o bom estado de suas obras. Mas os dias se
seguem e não se parecem. Nossa posição, como nossas próprias disposições, são
bem pouco estáveis, e o dia presente nunca promete coisa alguma para o dia
seguinte. Ficaria feliz, então, por nos chegarem, através de você ou de algum
de seus irmãos, um pouco mais vezes, algumas informações sobre tudo o que lhe
concerne.
Estou
feliz pelo bom êxito de sua loteria, e muito feliz, sobretudo, pela boa
disposição de coração dos meninos que preparou para a primeira comunhão; essa é
uma de nossas obras mais meritórias.
Lamento
que o Sr. Chanteaud julgue conveniente estabelecer-se em sua casa. Se é de
passagem, será fraco o inconveniente, mas não vejo razão nenhuma que o autorize
a fazer uma estada um tanto prolongada em sua casa: você mal o conhece e não
tem relacionamento algum com ele. Ele é muito penetra e se instala à vontade em
todo lugar. Seja prudente. Como você, tenho pouca confiança em seus
empreendimentos, ele me parece querer fazer um excesso de coisas e a todo o
custo. Esse empreendimento de comissão e vendedor ambulante me parece muito
arriscado para um padre. Conseguiu fundar uma pequena publicação: Les
Annales de la première communion, pálida e sem muito alcance, mas que
parece se manter. Nós o vemos muito pouco e sempre com grande reserva; não sei
e não penso nada desvantajoso sobre ele, mas não me parece que sua via seja a
nossa.
Lamento
muito a saída do Sr. Mangot, que foi tão bondoso, tão fiel nos seus cuidados
para conosco. Exprima-lhe minha pena e ofereça-lhe toda a nossa gratidão.
Quanto a seu sucessor, que você está procurando, ficarei bem contente por
conversarmos a respeito, já que prevê uma próxima viagem a Paris.
Estive,
com efeito, um pouco mais doente do que de costume e estou imperfeitamente
restabelecido, embora sofrendo menos do que nos primeiros momentos. O médico
julga que seria necessária, durante um mês, uma viagem a não sei quais águas, as
águas de Allevard (Isère), acho. Seria para poder enfrentar o inverno.
Rejeito infinitamente esse deslocamento, e resignar-me-ei somente diante de uma
necessidade absoluta. Estou em Chaville há alguns dias e me sinto um pouco
melhor aqui, mas frágil e abalado. Parece-me, no entanto, que essa indisposição
será passageira.
Aqui
e em Paris vamos como de costume, tudo se mantém, com a graça de Deus.
Procuremos corresponder, ela não nos faltará.
Tudo
vai bem também em Angers, nossos irmãos se entrosam bem, temos boa esperança de
que Deus os manterá ali.
Adeus,
caríssimo amigo, acredite em todos os meus sentimentos ternamente devotados por
você e por seus irmãos.
Seu
todo afeiçoado amigo e Pai em N.S.,
Le Prevost
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