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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1001 - 1100 (1865 - 1866)
    • 1010 - ao Sr. Halluin
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1010 - ao Sr. Halluin

Um jovem do patronato está mal disposto  com sua mãe. Sábios conselhos do Sr.Le Prevost para levá-lo a melhores sentimentos.

            Vaugirard, 15 de julho de 1865

 

            Caro Senhor padre,

 

            Recebi, com sua carta, a de nosso pobre Maillard. Entristeceu-me muito. Os sentimentos ali expressos são bem maus. Esse menino é bem mal aconselhado pelas pessoas que o rodeiam na oficina, a ponto de se entregar a atos tão ultrajantes. Nunca viu sua mãe, escreve-lhe pela primeira vez, e são injúrias e ameaças que lhe dirige. A pobre mulher, já tão tristemente punida, está sendo castigada bem duramente neste caso! Ela não quis abandoná-lo nas mãos de um homem desconhecido, operário bastante grosseiro, segundo parece, e em quem, à primeira vista, não podia confiar. Eis o crime que lhe censura seu filho. Desde seu nascimento, ela o seguiu constantemente, providenciou o que necessitava, na medida de seus recursos, que são muito restritos, pois não levou nada a seu marido. Pode dispor somente de pouca coisa sem sua autorização. Há vários meses, esteve doente e não pudera nos dar sinal de vida. No começo da semana, tem de sofrer uma cirurgia dolorosa e não sem perigo. Prometeu-me mandar-lhe algum dinheiro. Não se recusa também a ajudar um pouco Maillard, enquanto puder.

 

            Não entendo como esse infeliz menino entende tão mal, neste caso, sua própria vantagem. Se, como sua carta mal inspirada indicava, tinha o pensamento ruim, diabólico e perverso, de perturbar o lar de sua mãe, o que aconteceria? Seu marido, enfurecendo-se e retirando-lhe sua confiança, a colocaria na impossibilidade absoluta de lhe dar auxílio algum. Se, ao contrário, voltando a idéias mais sensatas e melhor inspiradas, aceitar uma situação que não depende de ninguém mudar, ela fará como fez enquanto pôde: o ajudará um pouco a se manter e a tornar-se um bom e honesto operário. Você seria o primeiro, Senhor padre, a dizer-lhe, e seríamos unanimemente desse parecer, que, agindo de outra maneira, atrairia sobre si o desprezo e a rejeição de todas as pessoas honestas, mostrando-se ao mesmo tempo sem inteligência e sem coração.

 

            Espero melhor dele. Tinha, quando mais novo, a alma bastante amorosa e suscetível de alguns bons sentimentos. Que os desperte em si e aja como lhe aconselharão todos aqueles que têm, para com ele, um verdadeiro interesse.

 

            Queira receber, caro Senhor padre, os protestos costumeiros de meus sentimentos bem respeitosos e bem devotados em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

     Afirmo, em plena verdade, que a posição da mãe de Maillard lhe permite somente sacrifícios restritos. Quando tínhamos seu filho em Vaugirard, sempre pagou em casa uma pensão inferior à taxa ordinária, porque estávamos seguros de que não podia fazer mais do que isso. Acho, portanto, que, se Maillard quiser agir com bom senso e entender seus interesses, contentar-se-á com os auxílios que ela puder lhe fornecer. Peço-lhe, Senhor padre, para ver com ele o que pode ser-lhe verdadeiramente útil e para informar por carta a mim ou ao Sr. Emile [Beauvais]. Faremos o possível  para resolver o caso. Ele fará bem em escrever à sua mãe algumas linhas de um melhor espírito, mas que ele evite escrever diretamente; que endereça sua carta ao Sr. Emile Beauvais, que a fará chegar

 

 




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