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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1001 - 1100 (1865 - 1866)
    • 1018 - ao Sr. d’Arbois
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1018 - ao Sr. dArbois

Volta do Sr. Le Prevost a Paris. Poupar suas forças, saber se fazer ajudar. Projeto de mudança de um irmão eclesiástico. Atenção de Dom Angebault. Impressões trazidas da montanha da Salete. Entrada do Sr. Charrin em Comunidade.

 

Allevard, 18 de agosto de 1865

 

Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Sua cartinha me foi reenviada por nossos irmãos de Vaugirard. Recebi também o número de La Semaine Religieuse dAngers, que me endereçou diretamente. Se me escrever de novo, será a Vaugirard que deverão ser enviadas suas cartas, pois contamos partir, meu irmão Paillé e eu, na segunda-feira para Lyon, onde passaremos a noite, e no dia seguinte chegaremos à noite, na comunidade, se agradar a Deus. Sinto-me um pouco descansado, talvez meu peito esteja também um pouco mais firme. Todavia, só poderei julgar pelas provas do inverno. Só pude seguir aqui a metade do tratamento: as águas não puderam ser apropriadas a meu estômago, tive de tomá-las por aspiração. Se o Senhor deu sua bênção para a melhora de minha saúde, que Ele seja bem humildemente agradecido, e, se foi diferente, que Lhe sejam dadas graças ainda, pois terá tudo disposto na sua misericordiosa bondade.

 

O relatório de sua distribuição da Psalette me interessou muito; quase no mesmo tempo, recebia de Dom Angebault uma boa e afetuosa carta, em que me dizia toda a boa impressão que lhe deixara, assim como à assembléia, essa pequena solenidade. Tinha-me escrito também após a distribuição do patronato. Esse venerável Pai não perde ocasião nenhuma para nos encorajar e nos dizer o contentamento que experimenta por nos ter perto de si. Procuraremos dar-lhe sempre satisfação. Ele me faz notar que você se cansa demais, que é magro e pouco vigoroso. Lembre-se, caro filho, de que mais vale fazer um pouco menos bem e não se esgotar, pois as coisas sofreriam bem mais se estivesse completamente imprestável, o que não deixaria de acontecer com um trabalho por demais intenso. Procure formar um pouco seu pessoal, para fazer menos por si mesmo. Não sei o que se poderá fazer sobre seu pedido em relação ao Sr. Jean [Gauffriau]. Minha ausência me impediu de ver pessoalmente  nossos negócios. Sei que se falava em trazê-lo de volta para Vaugirard, porque o Sr. Lantiez, dividido entre Grenelle e o orfanato, provê imperfeitamente a essa dupla tarefa. Havia sido também pensado que era importante aproximar o Sr. Jean, para dar-lhe, em um grau mais elevado, o espírito da Comunidade e o comportamento digno que não se encontra o bastante constantemente nele. Na minha volta, vou achar também para resolver todo o negócio de Arras. O Sr. Laroche acaba de fazer um retiro em Chaville, todo o mundo o acha de seu agrado e o considera realmente chamado para nossa família. O próprio Monsenhor de Arras nos solicita com uma extrema benevolência. Tudo isso é perfeito, mas a obra fica para ser constituída, e não é pequeno empreendimento para nosso pequeno rebanho. Confie plenamente, no entanto, caro amigo, que lembrarei no Conselho nossa querida obra de Angers, que todos amam em casa, tanto por ela como por você.

 

Gostaria de lhe contar nossa peregrinação a Nossa Senhora da Salete; o espaço me falta, procurarei fazer com que o Sr. Paillé a descreva detalhadamente. Ficamos, ambos, muito edificados. Pude dizer duas vezes a Santa Missa no altar-mor, na magnífica igreja elevada para perpetuar a lembrança da aparição de Santíssima Virgem. Rezei ali, com todas as potências de minha alma, por nossa cara família e por todos os seus membros, e por nossas obras. Estou persuadido de que não fomos enviados para lá sem um desígnio da divina Providência e que Ela nos reservava graças de que receberemos o favor. Agradeço-Lhe de antemão, como por tantas outras que já desceram sobre nós.

 

O Sr. Charrin, que você conheceu em Nazareth, se decidiu, após um retiro sério feito nos Jesuítas, a tornar-se membro de nossa Comunidade. Está, atualmente, em Lyon, para obter o consentimento de seu pai que, felizmente, é cristão e não fará, esperamos, grave oposição. O Sr. Camus luta com uma verdadeira coragem contra as iras e violências de seu pai. Foi obrigado, segundo nosso parecer e o do padre Millériot, a temporizar um pouco. Pode ser que, segundo o sentimento desse bom Padre e para deixar passar o temporal, ele entre um ano em Issy. Seria tempo ganho e folga conseguida para rezar mais, a fim de que o Senhor abra os olhos desse pobre pai cegado. Recomendo-o a você e aos seus.

 

Escrevo-lhe ao ar livre, com poucas acomodações, mas longe do barulho. Sinto-me bem assim, todo com você e com nossos caros irmãos de Angers. Visito pelo pensamento seu  pequeno santuário, onde estarei tão feliz, um dia (se Deus o permitir), por oferecer o Santo Sacrifício. Acompanho seus trabalhos, seus exercícios, e peço ao Senhor para abençoá-los em todos os seus atos. Sinto-me confiante na sua grande misericórdia e acredito que Ele tem particularmente planos sobre nossa pequena família de Angers, que foi fundada sob felizes auspícios e com uma bênção verdadeiramente generosa e cordial da parte do santo Pontífice que Ele pôs à testa da diocese.

 

Adeus, caríssimo filho, abraço-os a todos nos Corações sagrados de Jesus e de Maria, e sou neles

Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 




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