Lembranças
da peregrinação à montanha da Salete. Vocação do Sr. Chaverot: o Sr. Le Prevost
admira o sacrifício de seus pais. Bondade de Dom Angebault por nossos irmãos.
Allevard,
20 de agosto de 1865
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Escrevo-lhe
duas palavras, apenas para dizer-lhe que sua cartinha chegou até mim aqui a bom
porto e que me causou uma verdadeira satisfação, com um pesar, no entanto, para
a peregrinação falhada a Nossa Senhora da Salete. Mas tenhamos confiança, a
Santa Virgem tem suas vistas, não quer que a Comunidade obtenha todas juntas as
graças a ela reservadas; pretende no-las guardar, como uma Mãe sabiamente
ecônoma, para no-las entregar à medida em que tivermos necessidade mais
particular. Tenha certeza de que, em alguma dessas ocasiões, ela o
atrairá a seu santuário, para que seja como o mensageiro da família e que traga
para nós os novos favores que terão sido postos em reserva. Em todo o
caso, caríssimo filho, ao oferecer duas vezes o Santo Sacrifício, rezei bem
especialmente por você, que deve sua vocação a Nossa Senhora da Salete e lhe
votou gratidão, confiança, amor. Conserve bem esses sentimentos e a Virgem fiel
não o abandonará. Não parece continuar-lhe seu apoio sensivelmente, visto que
seus bons pais parecem resignar-se a um outro futuro para você, diferente
daquele que tinham sonhado? Continuemos também a rezar por eles, pois, quase na
mesma época, Deus lhes pediu um duplo sacrifício, senão igualmente penoso, ao
menos sempre doloroso: o falecimento de seu irmão e sua vocação que o manterá
muitas vezes afastado deles. Tudo isso resultará na santificação deles: o
sentimento natural predominava ainda demais neles, essas dilacerações elevarão
seu coração para Deus, no qual todas as afeições se purificam e se
espiritualizam. Ponha sempre muita doçura e cordialidade nos seus
relacionamentos com eles, pois a firmeza se concilia admiravelmente com as
delicadezas da caridade.
É
doravante para Vaugirard que você deverá me escrever, porque voltaremos para lá
amanhã, meu irmão Paillé e eu. Pernoitaremos na segunda-feira à noite em Lyon e
chegaremos na terça-feira em Vaugirard, se aprouver a Deus. Você se juntará a
nós, quando puder sem faltar ao que deve a seus bons pais.
Estou
um pouco descansado, talvez um pouco fortalecido.
Tudo
vai como de costume no lar de nossa pequena família, as notícias que chegam de
lá são satisfatórias. Monsenhor de Angers me escreve também as cartas mais
consoladoras sobre as obras de Angers. Está muito contente com o pequeno
rebanho que lhe enviamos. Cuida de nossos irmãos com uma atenção
verdadeiramente paterna. Que admirável Bispo e como sua bondade é bem inspirada
pelo Bom Pastor!
Recebi
boas cartinhas de nosso amigo, o Sr. de Varax; fala-me de você em todas e lhe
escreverá. Alegro-me com a cordial e terna união que a aproximação particular
de seus estudos estabelecerá entre vocês.
Adeus,
caríssimo filho, preparo minhas disposições para a saída. Espero achar bastante
instantes em nossa breve passagem por Lyon para subir até Nossa Senhora de
Fourvières. Você supõe seguramente que não será esquecido ali.
Abraço-o
ternamente em Jesus e Maria.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
O
irmão Paillé o assegura de sua cordial afeição.
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