O Sr.
Caille deve escrever mais vezes. O que o Sr. Le Prevost pediu a Nossa Senhora
da Salete para a Congregação: “a elevação das vistas, o espírito interior e o
dom da oração”. Situação das diligências com o padre Laroche, de Arras.
Duclair,
2 de setembro de 1865
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Há
muito tempo não recebemos notícias suas. Sofríamos todos, em Vaugirard e ao
redor, por esse longo silêncio. O Sr. Lantiez teve que fazer ultimamente
uma breve viagem a Arras. Por isso, eu o tinha encarregado de vê-lo e de parar
um pouco em Amiens na volta, mas uma circunstância imprevista o fez voltar
diretamente e essa boa ocasião nos escapou. Na minha última carta, dizia-lhe,
caro amigo, que interrupções por demais prolongadas em nossas correspondências
não estavam sem inconveniente e prejudicariam talvez, se descuidássemos, a
intimidade de nossos relacionamentos. Chamo ainda sua atenção séria sobre esse
assunto, e peço-lhe para convidar o Sr. Marcaire ou algum outro a nos escrever
todos os meses ao menos, para nos fazer acompanhar pelo olhar seus movimentos e
disposições, assim como os fatos concernentes às suas obras. Somos bem pouco
fortes, apesar do apoio que encontramos em nossa união; o que seria se
chegássemos a nos isolar cada vez mais? Você partilhará, tenho certeza, esse
sentimento e fará esforço para satisfazer ao nosso desejo.
Voltei de Allevard pouco fortalecido por um
tratamento suportado apenas em parte, e cuja eficácia era de antemão, para mim,
bastante duvidosa. Uma só coisa me tornava essa viagem atraente, era a
peregrinação tão fácil a Nossa Senhora da Salete, segundo a estrada que
tínhamos de seguir. De fato, a fizemos com muita alegria e edificação. Espero
que a Santíssima Virgem, que se dignava atrair-nos para esse santuário
abençoado, tenha recebido todos os nossos votos e os tenha posto aos pés de seu
divino Filho. Pude celebrar duas vezes a Santa Missa no altar que lhe é
particularmente dedicado, e rezei ali com todas as forças de minha alma. Pedi
sobretudo por nossa pequena família a elevação das vistas, o espírito interior,
o dom da oração, sem os quais nossos esforços serão vãos e nossas obras
infrutíferas. É, seguramente, o que o próprio Senhor deseja mais nos doar.
Possamos abrir nossas almas para recebermos um tão grande favor.
Estou
aqui para um negócio de minha família, até sexta-feira, dia 8. Em Vaugirard e
alhures, não estamos sem provações, sem incidentes diversos que teriam certo
interesse, talvez, para você, mas me faltaria o tempo para entrar na
pormenorização dos fatos e gestos de nossa pequena família. Seria necessária,
para tanto, uma correspondência mais regular e mais constante. Prepara-se o
retiro que será dado pelo R.P. Milleriot. O dia exato ainda não estava decidido
no momento de minha saída, não deixaremos de indicá-lo a você logo que for bem
fixado.
O
negócio de Arras encontra muitas dificuldades. Não sei se poderá chegar a um
final feliz, ao menos imediatamente. A vontade continua perfeita dos dois
lados, mas os meios de execução são insuficientes.
Esperávamos
sempre sua visita que você nos tinha anunciado; espero que essa satisfação
tenha sido apenas adiada e não seja perdida.
Adeus,
meu bom amigo, assegure todos os seus irmãos de minha terna afeição e acredite,
você mesmo, nos devotados sentimentos de
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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