Excesso de
festas na obra do Sr. Maignen. Lugar dos meios naturais nas obras. Apelo
urgente à prática da regra.
Vaugirard,
16 de setembro de 1865
Caríssimo
filho em N.S.,
Ouço
falar de vários lados, fora da Comunidade, sobre suas festas e divertimentos
dos Jovens Operários ou de Nazareth. Acham tudo isso muito bem, mas concordam
em dizer que uma obra que se constrói nessa base não poderia se manter muito
tempo. Não está tomando uma grande responsabilidade, diante de Deus e diante do
mundo caritativo, ao deixar absolutamente de levar em conta os avisos que lhe
chegam assim de todos os lados e o sentimento que nosso Conselho e eu mesmo lhe
expressamos tantas vezes? Confesso-lhe que as razões pelas quais você justifica
sua maneira de proceder me parecem mais ilusórias do que sólidas. Peço-lhe,
portanto, e prescrevo-lhe se é necessário, para moderar notavelmente esse
movimento excessivo imprimido à sua obra. Nunca se sai impunemente da medida e
da sabedoria que a experiência consagrou. Você toma sua atração pelas pompas e
os divertimentos exteriores como uma necessidade, é uma ilusão.
Insisto
de novo, caro filho, para que faça um retorno sério às práticas piedosas
abandonadas por você, resolutamente demais e sem autorização nenhuma. É
absolutamente necessário, e obrigo-o a isso, que encontre algum tempo reservado
cada dia à oração. É preciso também que retome a recitação do ofício e que dele
nunca se exima, mesmo em parte, e por razões graves, sem dar seus motivos ao
Sr. Paillé.
Você
não verá, caro filho, nessas prescrições indício nenhum de severidade. Há nisso
apenas uma convicção cada vez mais profunda de que, permanecendo no estado em
que está, você não saberia ir longe e chegaria a extraviar-se. Comece sem
demora a colocar em prática as coisas que lhe indico: vão preparar-lhe um bom
retiro que lhe merecerá as graças abundantes de que tanto precisamos.
Abraço-o
ternamente em N.S.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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