Retiro de comunidade:
algumas observações sobre o deslocamento dos irmãos de Angers.
Vaugirard,
21 de setembro de 1865
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Acolhemos
com alegria a esperança de vê-lo no retiro, assim como os de nossos irmãos,
cujas funções não prenderão necessariamente em Angers. Nosso Conselho
de Comunidade me fazia ontem algumas observações que lhe comunico.
Sem
censurar, de jeito nenhum, as disposições que toma, ele exprimia, porém, o medo
de que suas obras, a Psalette sobretudo, tivessem de sofrer pela ausência
simultânea de todos os membros de sua pequena família, exceto nosso caro Caron.
Você está nos lugares, caro amigo, e mais em condições, conseqüentemente, de
julgar das necessidades da posição. Agirá para o melhor, pedindo sempre ao bom
Mestre para inspirá-lo. Notava-se, além disso, que, na distância em que estão
sobretudo, não era possível mandar os irmãos aos dois retiros anuais, mas a um
dos dois apenas; que convinha, por conseguinte, enviar a um aqueles que não
teriam aproveitado o precedente. Parece que, nesse caso, nosso irmão Alexandre
[Legrand] deveria esperar o retiro da primavera que vem. Repito, caro filho,
essas observações, feitas à distância, não devem, em meu pensamento, complicar
sua decisão, se tem razões, que me dirá, para manter as disposições
previstas por você. Nessa hipótese, não vejo inconveniente no fato de o Sr.
Alexandre chegar um dia antes do domingo do retiro. O Sr. Maignen, pelo
conhecimento que tem do caráter do jovem Caron, pensava que ele tinha
necessidade de ser tratado espiritualmente, lamentando que não pudesse
aproveitar o retiro. Não se pode trazer todo o mundo.
No
que lhe diz respeito, caríssimo amigo, já sabe com que alegria o reveremos e
como ficaremos satisfeitos se sua estada puder se prolongar um pouco após o
retiro, sem inconveniente. Mas, poderá ausentar-se no domingo? As coisas estão
bastante assentadas para que o Sr. Moutier possa ficar sem você? Considere tudo
isso diante de Deus, caro amigo, e faça o que for o melhor. Um de nossos Srs.
pensava que você poderia vir mais facilmente após o retiro e depois da volta de
seus irmãos. Digo-lhe todos os avisos, para que lhe sirvam a formar seu
julgamento. Espero que, ao contrário do provérbio da fábula: não se pode
contentar todo o mundo e seu pai, você tenha essa rara felicidade de todos
estarem satisfeitos.
Deixo-o
para prevenir Monsenhor de Metz da volta entre nós do Sr. Jean [Gauffriau]. Não
tive, há 15 dias, um minuto para fazê-lo. Ele achará, talvez, que se lhe dá um
prazo breve demais para substituí-lo.
Adeus,
caríssimo amigo, abrace por mim nossos irmãos e acredite também em minha terna
afeição em N.S.
Le Prevost
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