Notícias do
pessoal. Sua insuficiência é uma provação, mas o Senhor nos poupou outras mais
rudes.
Vaugirard,
24 de outubro de 1865
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Ainda
não respondi à afetuosa carta que me mandou pelo irmão Guillot. Não por falta de
vontade, mas, você sabe por si mesmo os grandes transtornos sofridos nas obras
de que cuidamos. Por isso, deixamos muitas vezes paradas as coisas que
interessam mais vivamente. Nesse número, para mim, se acham seguramente as que
concernem à sua cara casa, você mesmo antes de tudo, seus irmãos, suas
crianças. Bendigo a Deus pelos detalhes consoladores que me conta sobre todos
esses temas tão queridos para mim. Tenho confiança de que continuará satisfeito
com seu pessoal: todos têm simplicidade e retidão de coração. O Sr. Urbain
[Baumert], em particular, com um pouco de cultura e de experiência, pode
tornar-se uma pessoa de real valor: tem elevação e generosidade de coração.
Nosso pequeno irmão André [Brouant] irá bem também, mas, como é flexível e um
pouco fraco de caráter, necessita de ser seguido e amparado. Com essa condição,
pode fazer o bem entre os jovens, que sua mansidão e suas maneiras afetuosas
atrairão. Não sei se não há certo inconveniente em dar-lhe o serviço do vinho:
não por ter visto algo desse lado que me inquiete, mas porque os fracos têm
necessidade de que sejam afastadas de si as ocasiões de serem arrastados. O Sr.
Urbain tinha esse serviço em Chaville e o desempenhava muito seriamente, mas
não haveria muita possibilidade, sem dúvida, de lhe confiar a mesma coisa em
Metz.
Sentem
saudades pela perda do Sr. Luzier em Grenelle. Os Srs.
da São Vicente de Paulo, em particular, apreciavam seus serviços. Acho que o
encontrará avançando, tanto moralmente como na saúde.
O
Sr. Guillot retoma lugar aqui e vai ajudar muito utilmente o Sr. Emile
[Beauvais], sobrecarregado na administração da pesada casa de Vaugirard. O Sr.
Brice sente-se um pouco inativo, sua saúde quase sempre é frágil desde sua
volta. Essa disposição, unida à impressão de uma mudança imprevista em sua
função, o torna um pouco triste. Não se queixa, mas fica silencioso e
constrangido. Acho que será coisa passageira, mostra-se dócil e sem má vontade
alguma. Vai lhe escrever, assim como o Sr. Guillot. Vão mandar-lhe o endereço
dos pais do Sr. Rémond.
O
Sr. Jean [Gauffriau] parece assentar-se em sua posição em Angers. Fiquei
contente com a carta que recebi dele. Deve lhe escrever, se ainda não o fez, é
a intenção que me manifestou.
Eis
aí muitos detalhes sobre o pessoal, mas não são os mais interessantes? Sem o
pessoal, o que seriam as obras? O dinheiro, certamente, é necessário, mas
quando Deus dá os homens de fé e de dedicação, Ele dá em seguida o resto por
acréscimo. Sofremos muitas vezes pela penúria dos recursos, mas bendigamos a
Deus que, por aí, nos dá, afinal, a menos dura das provações. As que vêm, ou da
inconstância, ou da falta de virtude, ou, enfim, das falhas, quaisquer que
sejam, das pessoas, essas, sim, são bem mais rudes e mais dolorosas. Sim, o Senhor
nos tratou, até agora, como queridinhos: nem as perseguições, nem as
dispersões, nem os golpes contra nossas pessoas nos provaram até agora. De que
se queixam, diz o autor da Imitação, ainda não sofreram até o sangue.
Bendigamos a Deus, sejamos pacientes nas provações, acostumemo-nos a ver nelas
um sinal de seu amor e de sua predileção. A coisa é dura e difícil de saborear;
pelo menos, fiquemos sem recalcitrar, o Senhor contentar-se-á com a nossa
submissão.
Adeus,
caríssimo amigo. Todos, lastimamos que sua estada entre nós tenha sido tão
breve. Todos os nossos irmãos, velhos e jovens, o asseguram comigo de sua terna
afeição em N.S.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
Abraço
cordialmente nossos irmãos.
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