Motivos
para não admitir no postulantado. Em Vaugirard, a festa de São Clemente foi
celebrada de modo muito amável, mas é preciso simplificar o movimento exterior
das obras.
Vaugirard,
28 de novembro de 1865
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
As
informações que colhi concernente ao Sr. Beldame não são, no conjunto, tais
como poderíamos desejar. Os que o acompanharam de perto concordam em não
julgá-lo próprio ao sacerdócio: pouca constância, pouco juízo, uma certa
suficiência e certa falta de elevação de coração. Parece-me que, nesses termos,
nem teria o que temos direito de pedir num irmão leigo, que, por conseguinte,
vale mais para nós não ligá-lo à nossa Comunidade. Pode ser que a maioria dos defeitos
assinalados nele venham da juventude e da inexperiência e possam, em certa
medida, serem corrigidos, mas há demasiadas chances desfavoráveis a correr e
não saberíamos, prudentemente, tomar sobre nós o que homens mais esclarecidos
não consentiram em aceitar.
Li
com prazer os detalhes que me transmite sobre sua casa e sobre suas obras. Ia
escrever-lhe, achando que tardava demais para nos dar notícias suas. Disse
algumas palavras de boa lembrança da sua parte a todos, ao Sr. Myionnet por
ocasião de sua festa, sabendo bem que respondia assim a suas intenções. Nós a
celebramos no dia 23 [São Clemente] de modo muito amável. Todos os irmãos de
Paris estavam reunidos em Vaugirard, era uma boa reunião de família. Essas
festas são raras em Vaugirard e tendo a afastá-las cada vez mais uma da outra,
porque as solenidades de grande movimento são, a meu ver, muito multiplicadas
em nossos patronatos. Quero pregar pelo exemplo, reduzindo-as apenas ao
necessário nas casas onde posso exercer uma influência direta. A meu ver, essa
atividade toda exterior causa um grande prejuízo à ação moral e religiosa,
quando uma justa medida não é guardada.
Vou
escrever algumas linhas de resposta cortês à carta do Sr. Beldame.
Acolho
com alegria a esperança que nos dá de uma próxima viagem sua a Paris.
Infelizmente, vemo-lo bem às pressas quando aparece no meio de nós.
O
Sr. Antoine [Emes], encarregado da rouparia, me entregou as duas camisas
reclamadas por nosso irmão Mitouard. Devo mandá-las a você expressamente, ou
você as pegará na sua viagem a Paris?
Você
não esqueceu a renovação dos votos no dia da Apresentação e fez, na ocasião,
uma festa amável para seus irmãos. De nosso lado, estávamos em união com vocês,
esse dia nos deixou também a todos uma boa lembrança. As que vêm das
solenidades religiosas ou das coisas de piedade são as melhores e mais
profundas lembranças.
Adeus,
meu excelente amigo, não demore a nos dar notícias suas; que o Sr. Marcaire nos
escreva quando você estiver atarefado demais para fazê-lo.
Abraço
você e nossos irmãos bem cordialmente em N.S.
Le Prevost
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