O Sr.
d’Arbois é provado em sua saúde. Insuficiência do pessoal: confiança e abandono
à Providência.
Vaugirard,
16 de janeiro de 1866
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Fico
sabendo com tristeza que você tem mais uma vez as indisposições que sofreu nos
dois últimos anos e que sua tarefa, já bem pesada de costume, lhe é, neste
momento, penosa de se suportar. Esperemos, caro amigo, que se trate de uma
indisposição que o penaliza por um instante, mas que não terá longa seqüência.
O bom Mestre que, até agora, abençoou seus trabalhos em Angers, não o deixará
sem socorro. Rezei muito por você na capela de Nossa Senhora da Salete, tenho
confiança de que sua misericordiosa intercessão nos tirará dessa dificuldade.
Você sabe a situação de nosso pessoal, você mesmo viu como cada um é carregado.
Desde a saída do Sr. Roussel, o Sr. Lantiez, dividido entre Vaugirard e
Grenelle, não dá conta nem aqui nem ali e deixa suspensa a metade de seus
serviços. O bom Deus está vendo nossos embaraços. Recomendemo-nos com muita
instância à sua bondade e não seremos abandonados. Se estiver vendo algum meio,
que não vejo em um primeiro momento, de dar-lhe alívio, indique-o e, se for
praticável, de jeito nenhum o deixarei de lado. Se, por outro lado, apraz a
Deus nos provar temporariamente, devemos nos inclinar sob sua mão: não há obra
que não tenha seus dias difíceis, em que o bem que se gostaria de fazer
está em detrimento, mas ela se reergue em seguida e, longe de sair prejudicada,
encontra-se, afinal em situação mais próspera. Vimos as coisas assim entre nós
há mais de 20 anos. Procuremos no passado a confiança para o futuro.
Não
deixe de nos dar bem regularmente notícias suas, para que acompanhemos, tanto
quanto possível, seu andamento e as vistas de Deus nessa dificuldade.
Suas
despesas, como o nota, parecem mais elevadas do que de costume em nossas casas.
Acho que o fato é acidental e provém, em grande parte, de suas despesas de
instalação. É de se acreditar que, melhor fixado doravante e também mais
experimentado, você se sairá melhor, mais facilmente. O Sr. Planchat pensa que
a Sra. Guillot, sua nova doméstica, é poupadora e saberá assegurar seu serviço
com o mínimo de gastos possível.
Já
que estão com algumas dificuldades atualmente, mando-lhe de volta o mandato de 100f incluído em sua carta.
Nós mesmos estamos extremamente pobres, mas estamos mais acostumados a depender
das disposições diárias da Providência. Assegurei-me de que lhe será devolvido
no correio o dinheiro depositado, acrescentando até o preço pago para ter o mandato.
Adeus,
meu caríssimo amigo. Recomendo às orações de sua comunidade o pai do Sr. de
Varax, falecido recentemente. Se puder celebrar duas missas à sua intenção,
será bom. Todos os nossos irmãos eclesiásticos quiseram dar-lhe um tal sinal de
piedosa lembrança.
O
Sr. Lacrois, recentemente ordenado, pensava em vir para casa para ajudar
no patronato São Carlos, mas seus pais fazem oposições tais, que este obstáculo
dificilmente será superado.
Rezemos
muito, caro amigo, em união com a Santíssima Virgem. Os méritos de Nosso Senhor
e a oração de Maria são duas potências com as quais podemos tudo obter.
Abraço-o,
assim como todos os seus irmãos, nos Corações sagrados de Jesus e de Maria.
Seu
amigo e Pai afeiçoado
Le Prevost
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