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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1001 - 1100 (1865 - 1866)
    • 1058 - ao Sr. Trousseau
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1058 - ao Sr. Trousseau

Causas de nossas impaciências. Necessidade de orar. O Sr. Le Prevost conselhos para a correção dos defeitos. Palavras de encorajamento. Provações de saúde para dois irmãos.

 

Vaugirard, 8 de fevereiro de 1866

 

Caríssimo filho,

 

Sua boa e cordial carta mereceria sem dúvida uma longa resposta. Receando que, atrasando-a, fique muito adiada, faço-a curta, provisória, mas pronta.

 

Sua abertura de consciência é franca e simples e apresenta bastante bem, acho, a vista de seu estado presente. Parece-me que o bem domina o mal e que, com algum esforço, você podia ainda diminuir este e aumentar aquele. O fundo de suas disposições para o lado defeituoso é um pouco de tepidez para a piedade, provindo de alguma moleza na aplicação do espírito e da vontade, e uma certa disposição para a impaciência e a irascibilidade. Esse último defeito vem de um amor ainda grande demais de si, de uma aversão extrema pelo que incomoda, de uma falta de resolução e de coragem para sofrer.

 

Encontrado o mal, é preciso achar o remédio. Você já tem o temor de ofender a Deus, é o começo da sabedoria: Initium sapientiae timor Domini. Precisa acrescentar o amor maior para com esse Deus: lembre-se de que ele é nosso Pai, nosso benfeitor, a beleza, o bem supremo, o único objeto que pode preencher sua alma. Aplique-se mais firmemente a Ele pela meditação e a oração sobretudo, peça muitas vezes à Santíssima Virgem para conduzi-lo a Jesus, seu divino Filho. Ela é a porta à qual é preciso bater. Bata, e lhe será aberta.

 

Para a correção dos defeitos, sabe, caro filho, três meios devem ser usados: vigilância, para se conhecer e vigiar sobre si, oração, para atrair a graça, a ajuda de Deus que socorre nossa fraqueza, e enfim o trabalho, o esforço, os pequenos sacrifícios cotidianos e reiterados, nas coisas pequenas em primeiro lugar, porque estas nos conduzirão às grandes. Se for um pouco fiel a esse regime, será logo, senão perfeito – quem pode jamais sê-lo? – ao menos terá consciência de que a obra anda e que Deus está com você.

 

Adeus, caríssimo filho, sofro muito com seus cansaços. Suportemo-los tanto tempo quanto aprouver a Deus no-los deixar. Rezemos bem a Ele, é habitualmente nas situações difíceis que Ele gosta de se mostrar. Estamos também provados de nosso lado: o Sr. Lacroix, mal entrado, esteve tão gravemente doente, que foi preciso dar-lhe a extrema-unção. Ele parece melhor e fora de perigo, mas a convalescença será longa. O Sr. dArbois está lânguido e acabrunhado. Infelizmente, nossas obras são rudes, e nós, muitas vezes, as complicamos demais, e somos pouco fortes. Que Deus digne-se nos vir em auxílio!

 

Escreva-me para me dar notícias de todos vocês, quando o Sr. Laroche não pode fazê-lo. Pena que eu não possa, a cada dia, deitar ao menos um olhar até sua casa e em outros lugares ainda! Como temos vista curta! Seja paciente e encorajador para o Sr. Magnien. Acho que, assim, irá se ambientar e vão tirar bom partido dele. Temo que não lhe seja dada bastante confiança em si mesmo.

 

Adeus, minhas ternas afeições a vocês todos e a cada um

 

                                               Le Prevost 

 




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