Palavra afetuosa
do Sr. Le Prevost a seus jovens irmãos. Proposição para um pequeno orfanato em Chaville. Os pais e a
vocação. Exames dos seminaristas de Issy.
Vaugirard,
20 de fevereiro de 1866
Caríssimos
amigos e filhos em N.S.,
Como
foi curta sua última visita e como todos ficaremos felizes aqui se o seminário,
um pouco complacente, deixá-los, de vez em quando, dar umas saídas para cá,
cada vez mais demoradas, à medida em que os dias aumentam.
Alegramo-nos
pelo bom êxito dos exames, comportando boa esperança para a ordenação na festa
da Trindade. Rezamos todos os dias às suas intenções, os de Chaville também são
bem fiéis a isso.
As
festas inevitáveis de nossos patronatos, antes da Quaresma, se passaram bem em
todo lugar, em Paris como no interior. Sobra um pouco de cansaço, mas também
boas lembranças, porque em nenhum lugar o bom Deus foi esquecido. Você
sabe que, seguindo seu conselho, caro Senhor de Varax, o Sr. Thenon faz
conferências aos jovens operários de Nazareth, com bom êxito até agora. Não esqueça
de me dizer o que se deve fazer do lado das Senhoras Cottu e de
Roederer380.
Percebo
que não digo nada de direto a meu caro filho Michel [Chaverot], não é por falta
de vontade. Tinha pensado em fazer-lhes, para cada um, uma epístola separada,
mas a coisa estaria talvez ainda atrasada. Escolhi o caminho mais curto, mais
certo de chegar assim. Caríssimo Sr. Chaverot, faríamos de bom grado um pequeno
orfanato nos arredores de Paris, sobretudo se fosse em Chaville ou não longe
dali, porque nossas casas, perto uma da outra, se ajudam e andam mais
facilmente. O jovem Confrade que lhe falou desse projeto pode ter certeza de
que não nos apressaríamos demais para adotá-lo, porque o número tão restrito
dos membros de nossa Comunidade nos obriga a uma grande circunspeção na escolha
dos postos que nos são oferecidos, infelizmente multiplicados demais.
Espero,
com você, que o tempo sare a ferida que sua vocação fez no coração de sua boa
mãe; rezamos pelos pais de nossos irmãos. Lembro-me também muitas vezes
do bom e venerado pai do Sr. de Varax no Santo Sacrifício; são os bons anjos
que me trazem, bem no momento oportuno, essa lembrança. Todos os pais não estão
ainda tão pacíficos como os seus. Os do Sr. Lacroix fazem uma oposição tão
singularmente violenta à sua vocação, que parece duvidoso que o pobre jovem
padre possa resistir. Deixemos agir o bom Mestre, Ele sabe tantas coisas que
nós ignoramos!
Nossos
jovens seminaristas de Issy tiveram notas bastante boas no exame, exceto o Sr.
Boiry, que uma pergunta de geometria, por ele totalmente desconhecida,
desconcertou. Mas o Sr. Marechal o encorajou muito, assegurando-o de que a
assembléia não tinha dúvida alguma sobre seu bom futuro.
Digam-me
o resultado de seus próprios exames. Tenho certeza de que, se os Srs. Diretores
vissem a desconexão desta carta e a multidão dos assuntos que enuncia antes que
os desenvolva, entenderiam o quanto é necessário que nos aproximemos um pouco mais
freqüentemente; é uma conversão a pedir com tantas outras!
Adeus,
caríssimos filhos, espero que os amemos aqui como Deus quer, isto é muito,
muito, mas para Ele e nele.
Seu
afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
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