O Sr.
Trousseau tem necessidade de ser reconfortado. Bendizer a Deus nas provações.
Confiar nos meios sobrenaturais.
Vaugirard,
10 de abril de 1866
Caríssimo
filho em N.S.,
Bendigamos
a Deus, já que nos visita pela tribulação e as dificuldades. Tudo andava bem em
sua casa, e a fundação bastante rude de sua escola, os cuidados do patronato,
seus cursos e reuniões da noite, enfim, a parte essencial para seus estudos,
tudo parecia conciliado e assentado. Segundo nossas vistas curtas, dizíamos: O
Senhor deve estar contente com seus pobres servos; mas, eis que, com um sopro,
Ele abala e perturba tudo. Como esse Padre do retiro (não sei mais qual) tinha
razão ao dizer-nos: Deus é contrariante. Mas, sabemos, essa contradição não é
diferente, afinal, da Sabedoria de Deus se substituindo misericordiosamente às
nossas vistas estreitas e mal esclarecidas. Agradeçamos-lhe, portanto, e
tenhamos boa confiança. O Sr. Laroche me escreve ainda hoje uma carta, em que
lastima a impossibilidade em que estivemos de lhe mandar um padre. Você sabe
melhor do que ele, você que conhece particularmente o pessoal da Comunidade e
seus encargos, como é difícil para nós suportarmos nossas obras. Desde a saída
do Sr. Roussel, não encontramos, portanto, nenhuma combinação, por enquanto,
para ajudá-los melhor do que fizemos. Procure aproveitar bem os serviços do Sr.
Joseph [Beldame]. Ele é capaz de ajudá-los, se lhe dão oportunidade de
dedicar-se para o bem das obras.
No
que lhe diz respeito pessoalmente, entendo, caro filho, seu empenho e o peso do
fardo que o esmaga. Mas não será diferente do que já foi, durante a primeira
ausência do Sr. Laroche. Com a ajuda de Deus, você pôde suportar a tarefa, Deus
não o abandonará também agora. Rezaremos todos os dias, e acompanharemos pelo
olhar, na medida do possível, seus trabalhos. Apóie-se muito também nos meios
sobrenaturais, invoque muitas vezes o Espírito Santo em suas ações, peça o
auxílio de nossos santos Padroeiros, a Santa Virgem, São José, São Vicente de
Paulo. Assim apoiado, você não sucumbirá sob a carga, o Senhor a
carregará com você.
O
retiro aqui está fixado definitivamente no dia 22 de abril, domingo à noite.
Não prevejo muito que, carregados como estão, possam destacar alguém de vocês
para vir. Examinará o assunto com o Sr. Laroche.
Adeus,
caríssimo filho, peço a Deus para bendizê-lo bem especialmente, e abraço-o,
assim como nossos irmãos, bem ternamente em N.S.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
Colocar em um envelope a carta anexada do Sr. Maignen ao Sr. Hauvent, e mandar
também ao Sr. Laroche as duas que são para ele.
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