Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText
Jean-Léon Le Prevost
Cartas

IntraText CT - Texto

  • Cartas 1001 - 1100 (1865 - 1866)
    • 1080 - ao Sr. Caille
Precedente - Sucessivo

Clicar aqui para desativar os links de concordâncias

1080 - ao Sr. Caille

Julgamento do Sr. Le Prevost sobre os Srs. Carment e Beldame. Sua aptidão à vida religiosa. O resgate do serviço militar do jovem Allard encontra dificuldades.

 

Vaugirard, 1o de maio de 1866

 

Meu excelente amigo e filho em N.S.,

 

Não acho, de jeito nenhum, que você faltou com a obediência nem com a deferência, que observa tão bem de costume, ao intervir caridosamente para pedir indulgência e longanimidade em favor de dois irmãos, um antigo, outro postulante, e cuja situação e disposições lhe pareciam dever ser estudadas com um pouco de tempo e de atenção. Testemunhei-lhe, efetivamente, que estava longe de reprovar esse bom movimento aderindo à sua dupla proposição. Agora, você pergunta o que deverá ser feito a respeito de um e de outro, se insistirem em permanecer ligados à Comunidade.

 

Parece-me, no que concerne ao Sr. Carment, que será um verdadeiro serviço a ele prestado, se for convidado a viver com sua excelente irmã, assim como seu pai, pouco antes de sua morte, lhe tinha recomendado. Parece-me ser bem mais feito para a vida de família, com sua irmã sobretudo, do que para a vida de Comunidade, cujas exigências nunca serão bem observadas nem respeitadas por ele. Se, no entanto, persistisse, assegurando que se submeterá a tudo, talvez tivéssemos de tentar ainda, mas é impossível que seja chamado de volta para Vaugirard nem para perto de Paris, e só vejo você que, conhecendo-o bem, poderia acompanhá-lo nessa nova experiência e julgar se, ao mesmo tempo, é possível fazê-lo viver como religioso e tirar algum bom partido de seus serviços. Veja, se assim for, se poderia cuidar disso.

 

Para o Sr. Joseph [Beldame], temos dúvidas ainda bem mais fundadas sobre suas aptidões para a vida religiosa. Já passou da idade conveniente, tem idéias pouco demais formadas sobre a gravidade das obrigações do religioso para que tenhamos chance de ligá-lo seriamente à Comunidade. Permaneceria no limiar da Congregação, sem nunca entrar intimamente no seu seio. Essa perspectiva não é muito própria para nos decidir a prolongar suas experiências. Porém, como você o viu com mais folga do que nós, tente, se acha desejável, dar-lhe ainda um pouco de trabalho a realizar sob sua vigilância. Mas você terá como ocupá-lo utilmente em casa? Aí está a dificuldade.

 

Para o Sr. Allard, embora ainda não tenhamos podido cuidar disso cabalmente, conseguiremos, espero, achar, como você fará em Amiens, alguém que empreste 500f sem juros, reembolsáveis em 5 anos.

 

Para os 200f a pagar cada ano, você diz que consentiria, assim como nós mesmos fazemos, em dar 50f cada ano. Você espera que o padre Allard   também 50f, assim não sobraria mais do que 50f a arranjar. Nós os procuramos, mas solicitamos tantas vezes que fica difícil obtê-lo, não teríamos muita certeza de consegui-lo. Dividiremos com você, como propõe generosamente, esta última diferença, se não conseguirmos cobri-la com a ajuda de nossos amigos.

 

Há ainda, é verdade, uma importância de 100f que não providenciamos, visto que o preço da exoneração é de 2.100f e que nossas previsões chegam a realizar somente 2.000f. Nosso jovem Allard, iludindo-se e tomando seus desejos por uma certeza, me declarara que você tinha dito na sua presença: se se conseguisse juntar os 2.000f, se teria confiança para prover aos 100f restantes. Daí tinha concluído que você entrevia algumas pessoas caridosas para cobrir o complemento. Mas ele não tinha pensado, com certeza, que, afinal, de um modo ou de outro, quase todo o conjunto do encargo recairia sobre nós.

 

Não seria o caso de instigar um pouco o pai Allard a encontrar ao menos esses 100f? Não posso deixar de ficar um pouco descontente com a nulidade absoluta de seus esforços nessa ocasião. Só a si mesmo, seu filho, dando-se a Deus, não lhe produz nada. Mas não deve ter alguma preocupação com sua alma, já que é cristão? Ele imagina que seu filho, após ter passado 7 anos no regimento, lhe voltará em bom estado, do ponto de vista da e dos costumes? É o que pediríamos a Deus, sem dúvida, mas esses tipos de milagres são comuns? Veja, caro amigo, se, conscienciosamente, esse pai não deveria ser incitado a se mostrar menos indiferente.

 

Adeus, caríssimo amigo, acredite em todos os meus sentimentos afetuosos e ternamente devotados em N.S. Mil afeições a nossos irmãos.

 

                                               Le Prevost

 




Precedente - Sucessivo

Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText

Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC
IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License