Poderes de confessor em Angers. Um pouco de
provação não mata.
Vaugirard,
8 de maio de 1866
Monsenhor,
Sou
muito grato pela bondade que teve em me comunicar o pedido que lhe dirigiu
nosso caro Sr. d’Arbois, para obter, em favor do Sr. Gauffriau, o poder de
confessar.
Não
acho, Monsenhor, que haja inconveniente algum em dar essa licença ao Sr.
Gauffriau. Ele confessava em Metz e desempenhava as funções de capelão na casa
das Pequenas Irmãs dos Pobres. Monsenhor de Metz se mostrou muito satisfeito
com o bem espiritual que fazia nessa casa. Creio que, se tivesse as ocasiões,
faria o mesmo em Angers. É de se supor, somente, que, na esfera de ação em que
está situado, não teria muitas vezes a oportunidade de utilizar-se dos poderes
que Sua Excelência teria bondosamente querido lhe conceder. No que diz respeito
à comunidade, acho que os usaria discretamente e apenas nos limites que
traçaria o Sr. d’Arbois.
Toda
a nossa pequena família acolhe com felicidade a esperança de vê-lo no mês de
julho próximo. Sua presença, suas palavras paternas, serão para nós uma doce
consolação, e cantaremos em alta voz: Benedictus qui venit in nomine Domini.
Mantemo-nos,
com a graça de Deus, embora os tempos tenham sido um pouco duros; um pouco de
provação não mata. Se o Senhor dignar-se ensinar-nos a grande arte de
aproveitá-la, estaremos assentados no solo sólido da confiança e da submissão
para com o Soberano Mestre.
Queira
aceitar, Monsenhor, os sentimentos de profundo respeito com os quais sou, em
N.S.,
Seu
humilde e ternamente devotado servo e filho
Le Prevost
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